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Biodiesel

RJ: Campos usa óleo de frituras em projeto de biodiesel


Correio do Brasil - 21 dez 2007 - 07:33 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, lança oficialmente nesta quinta-feira o projeto de reaproveitamento do óleo de frituras para a produção do Biocombustível. Na ocasião será assinado um memorando de intenções com dirigentes da Vital Planet, empresa instalada na localidade da Tapera, em Campos, para fabricar o biodiesel e que estará preparada para produzir o biocombustível a partir da utilização do óleo doméstico, utilizado em frituras.

Segundo a gerente de Geração de Trabalho e Renda, Nelma Guimarães Canellas Galvão, vários benefícios serão proporcionados à população, como a inserção social, geração de empregos e renda e, ainda, benefícios ao meio ambiente, porque o biocombustível reduz consideravelmente a emissão de gases poluentes. Nelma adiantou que a meta do prefeito Alexandre Mocaiber é empregar parte da produção do biocombustível na frota da prefeitura, considerando a existência de microônibus, caminhões e máquinas agrícolas e pesadas que são movidas a motores diesel, que a partir de 2008 vão ter injeção de 2% do biocombustível, conforme determina portaria da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

De acordo com Nelma, o projeto será colocado em prática através de parcerias entre a Prefeitura de Campos, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) e a Vital Planet, com apoio das lideranças comunitárias, do empresariado do ramo de restaurantes e lanchonetes, e da empresa Vital Engenharia, que vai fazer a coleta seletiva do óleo de frituras. Cada parceiro tem sua contrapartida, porque trata-se de um trabalho de interesse coletivo, com benefício social e ambiental.

Além de evitar a poluição, o biocombustível produzido a partir do reaproveitamento do óleo de cozinha não emite enxofre e o gás carbônico, liberado na combustão, não é considerado nocivo à camada de ozônio.
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– Na coleta seletiva, para cada 10 litros de óleo já queimado, utilizado em frituras, a pessoa vai receber uma lata de óleo de soja. Já estamos realizando um trabalho de conscientização com todos os esclarecimentos técnicos do professor Sérgio Neves da Uenf, informou.

Nelma disse, ainda, que o professor da Uenf tem feito palestras para lideranças comunitárias para repassar informações sobre os riscos para a saúde devido as substâncias tóxicas que surgem por causa da transformação química devido ao superaquecimento durante a fritura, como a acroleína, que é cancerígena.

– Por isso não se deve reutilizar o óleo que já foi utilizado nas frituras. Depositar nas caixas de gordura provoca danos ao meio ambiente, porque além de provocar entupimentos no sistema de esgotamento, leva substâncias cancerígenas para o rio, e acaba contaminando peixes, gado e plantas, ressaltou.

O projeto, conforme Nelma explicou, visa inserir as comunidades carentes e dar como exemplo a implantação de mini-fábricas de sabão. Na produção do biocombustível, extrai-se a glicerina e este material será repassado para associações de moradores, que vão organizar as pequenas fábricas comunitárias dentro da filosofia do associativismo, que é um meio de inserir as comunidades no sistema produtivo, para obtenção de emprego e renda, com dignidade.