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Negócio

Preços da gasolina e diesel da Petrobras se afastam dos internacionais com avanço do petróleo


Valor Econômico - 21 mar 2024 - 08:53

A diferença entre os preços cobrados pela Petrobras para os combustíveis e a paridade de importação (PPI) aumentou nos últimos dias. Com o avanço da cotação do petróleo tipo Brent, que tocou o maior nível em mais de quatro meses nesta terça-feira (19), a defasagem da gasolina e do diesel da Petrobras aumentaram.

O Brent fechou ontem aos US$ 87,38 por barril, após subir 0,56%. Nesta quarta-feira (20), a commodity caía cerca de 1,9% no início da tarde, aos US$ 85,73.

Com base na cotação da tarde de hoje, a consultoria StoneX calcula a defasagem da gasolina da Petrobras em R$ 0,38, e do diesel, em R$ 0,25. Segundo a consultoria, o destaque é o fato de a Petrobras estar operando abaixo do preço internacional desde 7 de fevereiro para a gasolina e desde 19 de janeiro para o diesel, o que é considerado um período relativamente longo pela casa.

Conforme os cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), baseados no fechamento de ontem, os preços da gasolina A da Petrobras estão em média 19% abaixo da paridade de importação, R$ 0,66. O diesel está 13% abaixo, R$ 0,50.

Para o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a gasolina da Petrobras está 24,59% abaixo do PPI, R$ 0,92; e o diesel, 9,04%, R$ 0,35.

O Itaú BBA calcula que o preço da gasolina da Petrobras está 18% abaixo do PPI e o diesel, 13% abaixo. No entanto, o banco reforça que, desde que a companhia mudou a política de preços em maio do ano passado, o PPI não é mais a única referência considerada pela estatal.

Desde quando foi implementada a chamada estratégia comercial de preços dos combustíveis, a Petrobras considera uma faixa de preço de referência, que tem como limite inferior o valor marginal — uma espécie de custo de oportunidade — e como limite superior o custo alternativo do cliente — que se aproxima do conceito de PPI —, conforme explica a analista do Itaú BBA, Monique Greco.

“Entendemos, portanto, que a Petrobras avaliará a necessidade de ajustes quando os preços se posicionarem fora desta faixa por um período sustentado de tempo, a fim de não repassar a volatilidade para o mercado”, afirma Greco.

Kariny Leal – Valor Econômico