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Bioquerosene

Petrobras estima atender 30% do mercado de aviação com primeiras plantas de SAF


epbr - 27 fev 2024 - 09:28

A Petrobras estima que os dois projetos mais avançados de produção de bioquerosene, um tipo de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês), dentro do seu plano de negócios têm potencial para suprir 34 mil barris/dia.

Segundo o diretor de transição energética da estatal, Maurício Tolmasquim, o volume equivale a cerca de 30% da demanda brasileira pelo querosene de aviação tradicional, próxima aos 113 mil barris/dia.

“Estamos falando de uma atividade comercial importante que insere o Brasil nesse mercado crescente”, afirmou durante o seminário Os Países do G20 e a Diplomacia dos Biocombustíveis organizado pela prefeitura do Rio de Janeiro e o Columbia Global Centers, na última sexta-feira (23/2).

A Petrobras tem iniciativas para instalar plantas de biorrefino dedicadas à produção de SAF e diesel 100% renovável na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em São Paulo, e no Polo Gaslub, no Rio de Janeiro, que serão concluídas após 2028.

A previsão é que o projeto na RPBC tenha capacidade de produzir 15 mil barris/dia de bioquerosene, enquanto o Polo Gaslub deve entregar 19 mil barris/dia.

O projeto fluminense ainda passa pelas etapas finais de aprovação dentro da estatal antes da conclusão do investimento. “Está bem encaminhado”, disse o diretor.

Tolmasquim afirmou que o foco das unidades será o SAF, pois o produto tem valor de mercado maior do que o diesel renovável. A estratégia é direcionar a produção do diesel 100% renovável para outras plantas que também vão trabalhar com o diesel R, obtido a partir do coprocessamento de petróleo com uma parcela de conteúdo renovável, como óleos vegetais.

“Estamos querendo guardar essas plantas dedicadas para a produção do SAF e usar na produção do diesel renovável as plantas que também têm coprocessamento”, disse.

Etanol e biometano em análise

Segundo o diretor, a Petrobras também avalia a possibilidade de entrar no mercado de produção de etanol e biometano.

O interesse inclui o aproveitamento do CO2 das plantas de etanol na produção de e-metanol para abastecer navios. A companhia estuda oportunidades de produção de e-metanol, por meio de um memorando de entendimento assinado com a empresa dinamarquesa European Energy em 2023.

Além disso, uma eventual produção de etanol também favoreceria o mercado de biometano, gerado a partir da vinhaça. O gás renovável poderia ser injetado na rede de gás natural da companhia, indicou Tolmasquim.

“A Petrobras, que já tem toda a infraestrutura de gás, então pode fazer um blend entre o gás natural de origem mineral e o biometano”, disse.

Ele ressaltou, no entanto, que a entrada nesse segmento ainda está em estudo dentro da Petrobras.

“As coisas estão em estágios diferentes. As plantas de diesel R e de SAF estão muito mais concretas. Essa questão do biometano ainda é uma análise”, afirmou a jornalistas.

Gabriela Ruddy – epbr