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Cooperativas

Como é feita a negociação entre cooperativas e usinas - Wilson Hermuth [AgriBio]


BiodieselBR.com - 18 jul 2012 - 17:02
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Wilson Hermuth é o presidente da Central das Cooperativas da Agricultura Familiar (Cecaf), entidade criada em 2003 e que, atualmente, conta com 32 cooperativas localizadas no estado de Goiás – outras quatro estão em processo de filiação. Juntas, elas já forneceram 1,46 milhão de sacas de soja para as usinas de biodiesel.  Ele apresentou a palestra “Como é feita a negociação com as usinas” onde procurou explicar como funciona o processo de conversa entre as empresas e as lideranças dos agricultores.

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Desafios

O palestrante enumerou que existem alguns desafios bastante elementares que dificultam o trabalho dessas cooperativas. Algumas delas, por exemplo, estão a mais de 100 quilômetros de distância das sedes de seus respectivos municípios e de difícil acesso.

Nas contas de Hermuth é preciso superar seis etapas desde o começo do processo de negociação até o início dos trabalhos no campo. Tudo começa numa primeira reunião entre os agricultores, a empresa e a entidade representativa que estiver avalizando a negociação. Para que a informação esteja sempre nivelada entre todos, o ideal nessas reuniões é ter sempre todos os atores envolvidos no processo.

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O palestrante também ressaltou que há uma série de percalços nessas negociações. “Temos que nos informar sobre a credibilidade das empresas que nos procuraram, porque já tivemos casos de empresas que achavam que iam ficar milionárias numa safra só e acabaram não indo para frente. Também precisamos tomar cuidado com quem é o representante. Às vezes acontece de ser um profissional que não tem autonomia para negociar as condições. Dessa forma, as reuniões precisam ser feitas com um representante da empresa que possa nos dizer claramente o que eles podem ou não podem nos dar”, conta.

Bônus
Ele também explica que os bônus precisam ser cuidadosamente negociados, tanto os que serão pagos aos agricultores, quanto os que venham a caber às próprias cooperativas. E não é recomendável misturar as negociações de agricultores cooperados ou de agricultores familiares individuais, pois há diferenças fiscais entre os dois que podem acabar causando dificuldades. Hermuth lembrou ainda que não há dinheiro publico diretamente envolvido em nada disso. Todas essas atividades de fomento são financiadas pelas próprias empresas interessadas.

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Finalizadas as negociações e os contratos, os agricultores podem realmente começar a plantar as culturas oleaginosas que, mais tarde, serão vendidas às usinas e a receber os insumos e assistência técnica previstas. Ele diz que, em alguns, se as próprias cooperativas são as responsáveis pela assistência – nesses casos elas costumam operar como prestadoras de serviço remuneradas pelas usinas – a entidade recomenda que os agricultores aproveitem ao máximo os serviços fornecidos pelas usinas.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com
Tags: Agribio