Os problemas do biodiesel que precisam de mais atenção

// 16 setembro 2010 // Biodiesel

É inegável o sucesso do biodiesel no Brasil. Em pouco mais de cinco anos já temos mais de 60 usinas registradas na ANP, capacidade instalada anual de mais de 5 bilhões de litros e a mistura de B5 prevista para 2013 foi antecipada com segurança para 2010.

Com o sucesso do biodiesel garantido, alguns problemas parecem estar ficando em segundo plano.

O selo social é um deles. A esmagadora maioria dos agricultores “incluídos” pelo programa já eram produtores tradicionais de soja. Eles simplesmente trocaram de comprador de sua produção. Uma mudança profunda no selo já deveria ter sido feita, mas são muito poucos os reais interessados nisso.

Outro problema, que já foi antecipado, é a concentração da produção de biodiesel em grandes grupos esmagadores de soja. No último leilão dez grupos arremataram praticamente 80% do biodiesel. Destes, seis são esmagadoras de soja, duas são usinas que compram o óleo no mercado, um frigorífico e a Petrobras.

Ressalto que essas empresas não têm culpa alguma disso. Na realidade o sucesso do programa ocorreu por que elas acreditaram na viabilidade econômica do modelo apresentado pelo governo. O problema está no fato de que a soja continuará sendo a única matéria-prima disponível para a produção em escala do biodiesel. Não vejo discussões sérias sobre o assunto acontecendo.

O próximo governo deve ter a diversificação da matéria-prima do biodiesel como um assunto fundamental. É neste ponto que está a solução para o uso dos milhões de hectares disponíveis e subutilizados durante seis meses do ano no Brasil. Imaginem o quanto de emprego, renda e divisas que o país teria se usássemos essas terras. O biodiesel tem potencial para impedir que o futuro não seja apenas da cana e da soja.

Univaldo Vedana

Catálogo do biodiesel 2010



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