Política

O Ministério de Minas e Energia (MME) está tentando entender como as tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras que foram anunciadas nesta última quarta-feira (09) pelo governo dos EUA deverão impactar as empresas ativas nas cadeias de petróleo, gás e biocombustíveis. Para tanto, a pasta promoveu uma reunião ontem (10) em Brasília com representes do setor produtivo.

No total, estiveram presentes 16 empresas e entidades representativas. Em nome do setor de biodiesel estiveram presentes as três maiores entidades do setor – Abiove, Aprobio e Ubrabio – além da maior fabricante nacional do produto, a Be8.

O encontro foi coordenado pelo secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, que destacou a importância de ouvir o setor nesse momento. “Estamos ouvindo as necessidades de setores relevantes para a economia nacional diante de um cenário que exige atenção e responsabilidade”, disse acrescentando que a pasta vai monitorar os efeitos da medida e trabalhar para articular estratégias de resposta.

A iniciativa do MME visa garantir que o Brasil esteja preparado para responder, de forma articulada, possíveis alterações no comércio internacional e minimizar os impactos sobre cadeias estratégicas.

Tarifa de 50%

Além do Brasil, outros 22 países tiveram suas exportações para os Estados Unidos sobretaxadas pelo governo Trump nesta quarta-feira. O percentual aplicado ao Brasil, no entanto foi o mais alto. Na média, as tarifas que impostas superam ligeiramente a marca de 30% e passarão a valer a partir de 01 de agosto.

A lista inclui: África do Sul (30%), Canadá (35%), Coréia do Sul (25%) e Japão (25%).

As justificativas apresentadas para tarifar todos esses países são bastante similares entre si. O governo norte-americano acusa esses países de adotarem práticas desleais que “causam déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos”. No caso do Brasil, contudo, essa alegação não se sustenta. Um levantamento junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostra que a balança comercial entre Brasil e EUA tem se mantido favorável aos últimos desde 2009.

Além dessas justificativas, a carta enviada ao Brasil também menciona o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro – que atualmente é réu numa ação que corre no Supremo Tribunal Federal num processo por tentativa de golpe de estado – e ações tomadas contra plataformas de mídias sociais dos EUA como razões para sobretaxar os produtos brasileiros.

O documento também sinaliza que, caso o Brasil retalie impondo tarifas contra produtos norte-americanos, os EUA automaticamente elevarão suas próprias tarifas na mesma proporção.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações do MME, Poder 360 e G1

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