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O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) quer elevar a participação da Agricultura Familiar na produção de biodiesel. Para isso está percorrendo os Estados para criar um grupo de trabalho que irá envolver toda a cadeia produtiva e propor sugestões para reformulação do programa nacional de biodiesel.

A primeira reunião do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Cadeia do Biodiesel no Paraná aconteceu nesta quarta-feira (23) na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, com a participação das empresas produtoras de biodiesel, da Copel, Tecpar, Iapar e Emater. De acordo com o diretor geral da Secretaria, Herlon de Almeida, o programa nacional de biodiesel precisa de ajustes para que ocorra maior interação entre os programas estadual e federal com as empresas parceiras.

Almeida destacou que a preocupação do governo do Paraná é concentrar a produção de oleaginosas para fabricação de biodiesel na região do Centro Expandido, que congrega oito territórios, e onde o governo considera que há uma dívida social e política com a população que tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. “É necessário que os agricultores familiares tenham mais importância no negócio do biodiesel”, afirmou.

O engenheiro agrônomo e consultor do Ministério, Roberto Terra, ouviu as opiniões emitidas no Paraná, que irão contribuir para a reformulação do programa nacional. Ele destacou a importância do programa em todo país pelas tendências de crescimento desse mercado, que irá beneficiar produtores e empresas. Este ano, a Petrobrás já promoveu dois leilões de compra de biodiesel, onde adquiriu 904 milhões de litros. Cerca de 80% das empresas que compraram esse volume tinham selo social e 20% não tinham o selo social.

Terra falou da importância da manutenção do selo social, emitido pelo MDA para empresas que compram no mínimo 30% da produção de oleaginosas da Agricultura Familiar. As empresas detentoras do selo social têm redução dos impostos federais.

EMPRESAS DE BIODIESEL NO PARANÁ
Atualmente no Paraná estão instaladas três fábricas de biodiesel com capacidade total instalada para produção de 57 milhões de litros por ano. A Biolix, de Rolândia, tem capacidade instalada para produção de 9 milhões de litros de biodiesel por ano, a Biopar, também em Rolândia tem capacidade de produção para 36 milhões de litros/ano e a Big Franco tem capacidade de produção de mais 12 milhões de litros por ano.

De acordo com o coordenador do programa estadual de bioenergia da Secretaria, Richardson de Souza, a empresa Big Franco produz biodiesel a partir de gordura de frango e usa o produto somente para manutenção de sua frota de caminhões.

Além das empresas já instaladas, a expectativa no Estado é de criar uma capacidade instalada de 280 milhões de litros por ano com a instalação da empresa Agrenco, em Marialva, com capacidade de produção para 110 milhões de litros por ano. Essa empresa deverá entrar em operação neste segundo semestre. E ainda a Petrobrás que já anunciou a instalação de uma fábrica de biodiesel no município de Palmeira com capacidade prevista de 113 milhões de litros.

Segundo Souza, para atender essa expectativa de produção, o Paraná iria absorver cerca de 520 mil hectares de soja, que é a oleaginosa mais demandada pelas indústrias atualmente no Estado. Essa área corresponde a 13% da área plantada com o grão no Paraná.

Souza lembrou ainda a atuação da empresa Brasil Ecodiesel no Paraná que atualmente está fechando contratos para compra de produção de girassol e mamona de 375 agricultores paranaenses distribuídos em 23 municípios, que plantam uma área total de 600 hectares.

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