Depois de passar por longa reestruturação e de modificar sua estrutura administrativa e de capital, a Brasil Ecodiesel anunciou hoje seus resultados do terceiro trimestre - que a empresa comemora como os melhores já apresentados.
Em números finais, o lucro do segundo trimestre de 2009, superior a R$ 20 milhões, foi mais alto. No entanto, esse resultado foi turbinado pela baixa de um passivo de R$ 37,3 milhões, devido à extinção de um contrato com a geradora de energia Enguia Gen. Se o efeito contábil dessa baixa for desconsiderado, então a Brasil Ecodiesel teve no terceiro trimestre de 2009 seus melhores resultados em termos de lucro e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Em agosto de 2008, a companhia anunciou uma reestruturação societária e financeira que a transformou em uma empresa de capital pulverizado na bolsa, sem controlador definido. Hoje, a presidência está nas mãos de Mauro Cerchiari, ex-executivo da International Paper. O maior acionista é o Fundo Neobiodiesel, formado por bancos credores, que transformaram a dívida em ações. O fundo detém hoje 14% do capital da companhia.
O lucro líquido foi de R$ 5,247 milhões entre julho e setembro, impulsionado pelo aumento da receita, melhora no preço de matérias-primas e pelo aumento de capital aprovado após a reestruturação - que permitiu à empresa contar com capital de giro. No terceiro trimestre do ano passado, a companhia teve um prejuízo de R$ 29,261 milhões.
A produtora de biocombustível apurou a terceira maior receita líquida trimestral de sua história, de R$ 126,385 milhões entre julho e setembro, alta de 42,16% sobre 2008, enquanto o custo de produto vendido somou R$ 101,635 milhões - um aumento de 15,68%. A entrega de biodiesel para a Petrobras somou 55.956 metros cúbicos, ou 98,2% do volume contratado.
A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou positiva em R$ 17,196 milhões, revertendo resultado negativo de R$ 8,215 milhões visto no terceiro trimestre de 2008.
Nas duas semanas passadas, as ações da Brasil Ecodiesel entraram em tendência forte de alta na bolsa. Entre as influências apontadas pelo mercado para tal comportamento estavam rumores sobre o possível interesse de outras empresas na aquisição da companhia e a notícia de que o governo antecipou de 2013 para janeiro de 2010 o aumento da mistura de biodiesel no diesel dos atuais 4% para 5%. Hoje, contudo, os papéis devolveram parte da valorização e fecharam o pregão da Bovespa em queda de 4%.
Paula Cleto