Biodiesel

As discussões sobre a produção do biodiesel no país foram abertas nesta quinta-feira, no auditório do Sebrae, durante o III Seminário Alagoano do Biodiesel. O evento, que reúne vários especialistas, segue até esta sexta-feira, com temas voltados à produção de biocombustível e os rumos e perspectivas do Programa do Biodiesel em Alagoas (Probiodiesel / AL).

Durante a solenidade de abertura, o secretário de Estado do Planejamento e do Orçamento, Sérgio Moreira, destacou a importância do programa desenvolvido em Alagoas como um instrumento de fortalecimento da agricultura familiar e o interesse do governo em incentivar o cultivo de outras oleaginosas. “O algodão é uma cultura que nos interessa muito não só do ponto de vista agrícola, mas têxtil. A indústria têxtil já foi muito poderosa em nosso Estado”, disse Moreira, ressaltando que o governo aposta na recuperação e no fortalecimento dessa cultura.

Para o secretário, apesar do programa ainda enfrentar algumas dificuldades é possível comemorar os avanços já alcançados. “O Probiodiesel é um sucesso na geração de emprego e renda. Temos cerca de 800 agricultores envolvidos no programa e 1.500 pessoas beneficiadas diretamente. As dificuldades não existem apenas em Alagoas; o país ainda está atrasado na produção do biodiesel”, afirmou.

O seminário foi aberto com a palestra do representante da Casa Civil da Presidência da República, Rodrigo Augusto Rodrigues, que fez uma abordagem sobre o Programa Nacional e os Desafios e Oportunidades para o Uso da Mamona na Região Nordeste. Segundo Rodrigo, o grande gargalo é estimular a diversificação de outras oleaginosas não só em volume, mas em qualidade e em regularidade para a produção de biodiesel. “Nós entendemos que a mamona e futuramente o pinhão-manso serão as alternativas viáveis para a produção do biodiesel”, disse.

Para Rodrigues uma das principais metas do programa nacional é ampliar a participação da região Nordeste e estimular a inserção da agricultura familiar nas unidades de produção existentes. “O governo contribui com incentivos tributários federais que incidem sobre os biocombustíveis. No caso das regiões Norte e Nordeste, onde o biodiesel é produzido com matéria-prima proveniente da agricultura familiar, há a isenção desses tributos”, disse.

Alagoas possui trinta e três municípios aptos ao plantio da mamona, segundo zoneamento feito pela Embrapa. Atualmente, cerca de vinte municípios da região do Semi-Árido cultivam a oleaginosa numa área total de 3 mil hectares. Segundo o superintendente do Sebrae/AL, Marcos Vieira, um dos principais desafios é organizar a cadeia produtiva a fim de incentivar a produção no Estado e gerar meios de promover a competitividade agregando mais valor ao produto.

Nesse primeiro dia do seminário foram debatidos temas como o Fomento e Comercialização da Mamona, a Utilização da Mamoneira na Cadeia Produtiva do Biodiesel e a Mamona no Contexto do Brasil e do Mundo. Pesquisadores da Universidade Federal e da Universidade Estadual de Alagoas também apresentaram os primeiros estudos feitos com o pinhão-manso, que surge como uma alternativa viável para a produção do biodiesel no estado.

O evento termina nesta sexta, com a apresentação de algumas experiências desenvolvidas nos estados da Bahia e do Ceará, e no município de Indaiatuba, interior de São Paulo. À tarde, as discussões serão voltadas ao Programa do Biodiesel em Alagoas, com a participação dos gestores. Eles irão debater a situação atual do programa e as perspectivas para os próximos anos.

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