Biodiesel

O comitê gestor do Programa ProBiodiesel de Alagoas se reuniu na manhã desta sexta-feira (26) para uma visita técnica aos laboratórios e instalações da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) destinados à pesquisa e análise de biocombustíveis e fontes alternativas de energia. Na ocasião também foi realizada uma reunião ordinária do comitê, onde foram discutidas questões relacionadas à cadeia produtiva da mamona e à produção de energia ecologicamente limpa e renovável.

O ProBiodiesel é um programa do Governo de Alagoas coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento (Seplan), com a participação das Secretarias de Agricultura e Desenvolvimento Agrário (Seagri) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Além de entidades da esfera estadual, participaram da reunião representantes do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AL), Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) e de uma cooperativa de produtores de mamona.

Durante a visita, a professora universitária Simoni Plentz Meneghetti chamou a atenção das entidades presentes para a necessidade de estimular a produção de conhecimento e cobrou apoio à implantação de um laboratório de monitoramento de combustíveis na Ufal. “O interesse de montar uma estrutura como essa não é só da universidade, mas do Estado de Alagoas como um todo, já que aqui não existem laboratórios autorizados e as pesquisas de qualidade do combustível alagoano são feitas em Pernambuco”, afirma.

Segundo o professor João Inácio Soletti, é necessário firmar ações no sentido de provocar pesquisas na área energética, com foco nas potencialidades do Estado. “Desenvolvemos pesquisas para tentar obter óleo de biocombustíveis a partir de mamona, soja, amendoim e ouricuri. Isso só tende a agregar valor aos produtos alagoanos e mostrar para o agricultor uma possibilidade nova de emprego da produção”, explica.

Para o superintendente de Estratégias de Desenvolvimento da Seplan, Moisés Aguiar, a pesquisa aplicada é muito importante para a melhoria da atividade agrária. “A pesquisa não termina no laboratório, é importante que esse conhecimento chegue ao campo. Para isso investiremos na criação de Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR), buscando recursos para bolsas de pesquisa e extensão”, diz.

Previsão de safra — Após a distribuição de sementes de mamona no início do ano, estima-se que dois mil hectares de terra estejam com plantações destinadas à produção de óleo biocombustível. “É um resultado animador, mostra que a cultura da mamona está sendo aceita aos poucos pelo pequeno agricultor alagoano”, comemora Glauco Angeiras, membro do comitê do ProBiodiesel pela Seplan.

Essa aceitação foi confirmada por José Imbuzeiro, representante da cooperativa CoopBiodiesel. “Quem vai levantar a produção de mamona em Alagoas é o pequeno produtor. Um grande empresário não deixará de plantar cana ou outra cultura para cultivar mamona. O caminho é investir na cooperativa, investir no pequeno produtor”, finaliza.

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