A Brasil Ecodiesel produziu 211,9 mil metros cúbicos de biodiesel em 2007, volume mais de seis vezes superior ao registrado no exercício anterior, quando a produção somou discretos 34,7 mil metros cúbicos. Apesar do significativo crescimento, a empresa registrou prejuízo de R$ 37,66 milhões no ano passado, uma melhoria de apenas 1,12% em relação a 2006, quando a perda foi de R$ 38,08 milhões.
No entanto, o prejuízo poderia ter crescido em 2007, não fossem fatores extraordinários. A empresa contabilizou receita de R$ 17 milhões no ano passado oriunda de multas aplicadas na Petrobras pela não retirada do biocombustível produzido pela Brasil Ecodiesel. Além disso, em 2006, o resultado foi afetado pelas despesas de R$ 27 milhões referentes à abertura de capital.
Além disso, a demanda discreta e a alta nos custos dos produtos vendidos prejudicaram os resultados da empresa no ano passado.
Após a abertura de três novas unidades, a companhia elevou sua capacidade de produção para 640 mil metros cúbicos por ano e obteve receita líquida de R$ 335,63 milhões. O valor é 533,9% superior ao registrado em 2006, quando marcou R$ 52,94 milhões. Porém, a alta nos preços das matérias-primas e a escala de produção abaixo do esperado resultaram em um salto ainda maior, de 662,56%, no custo dos produtos vendidos, que ficou em R$ 340,41 milhões, já superando a receita líquida.
Apesar dos problemas apresentados, a companhia tem boas expectativas para 2008, ano em que passou a ser obrigatória a mistura de 2% de biodiesel no óleo diesel vendido pelas distribuidoras. A partir do segundo semestre, a proporção passará a 3%, chegando a 4% em 2009 e a 5%, em 2010.
Baseado nesse cenário, o diretor de Relações com Investidores da Brasil Ecodiesel, Ricardo Vianna, acredita que a demanda nacional por biodiesel vá crescer cerca de 300% em 2008, atingindo o patamar de 1,2 milhão de metros cúbicos ao ano.
De olho nesse mercado, a companhia já teve aprovado por seu conselho de administração um investimento de R$ 30 milhões para a duplicação de sua capacidade produtiva, para cerca de 1,28 milhão de metros cúbicos anuais.
Segundo Vianna, parte dessas ampliações já foi autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a empresa aguarda as demais aprovações. Porém, o executivo informou que ainda não há data marcada para o início efetivo das obras, pois a companhia está analisando as condições de mercado.
Murillo Camarotto