Conquistas na cultura de mamona são destaque: além de buscar uma cultura anual, a mamona seria uma opção para a safrinha nas regiões norte e noroeste do Paraná, com a vantagem de ser mais tolerante à seca que o milho
Mais uma vez o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) mostra no Show Rural Coopavel as conquistas que vem obtendo nas pesquisas com plantas de primavera-verão para obtenção de biodiesel, como algodão, gergelim, girassol, amendoim, cártamo e mamona. O objetivo desses estudos é gerar opções para diversificação de cultivos e incremento de renda dos produtores, e se concentram na busca de materiais que ofereçam maior produção de óleo por hectare e possam se inserir nos sistemas de produção já utilizados nas propriedades paranaenses, em sua maioria baseados em soja, trigo e milho.
A apresentação dos avanços na cultura de mamona é o destaque. Embora as informações ainda sejam "bastante preliminares", como ressalta o pesquisador José Salvador Foloni, da área de fitotecnia do IAPAR, os especialistas acreditam que, nas condições de solo e clima do Paraná, pode ser uma boa solução utilizar variedades precoces, com ciclo em torno de 130 dias; de porte baixo - ou anãs, como também são chamadas -; e em espaçamento que resulte numa população ao redor de 50.000 plantas por hectare, que é similar à utilizada na cultura do milho.
São condições facilitam a colheita mecânica, com poucas adaptações nas colheitadeiras tradicionalmente utilizadas para soja e milho. "Se não fizermos esses ajustes, os produtores não terão como plantar mamona, por mais rentável que ela seja", conclui Foloni.
De perene para anual - O pesquisador Ruy Yamaoka concorda que a dificuldade de colheita é uma grande restrição a cultura. "A mamona é uma cultura semiperene e nosso objetivo e torná-la anual", explica.
Conforme os pesquisadores, o trabalho da pesquisa se direciona no sentido de fazer da mamona uma alternativa o plantio no lugar da soja ou do milho, "é mais uma possibilidade de escolha, que o produtor poderá recorrer caso o preço de mercado desses grãos não esteja favorável", Foloni. Nesse modelo em estudo, a oleaginosa também seria uma opção para a safrinha nas regiões norte e noroeste do Paraná, com a vantagem de ser mais tolerante à seca que o milho.
As variedades anãs e precoces estudadas pelo IAPAR podem ser conhecidas na vitrine tecnológica de agroenergia, conduzida em parceria com a Embrapa, Instituto Emater, Coopavel e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Lá também há demonstração de tungue e pinhão-manso, espécies florestais de ciclo perene que também são estudadas para obtenção de biodiesel.