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Os contratos do petróleo fecharam em queda entre 2,5% e quase 3% no mercado futuro, nesta segunda-feira (19), pressionado pela possibilidade de que Israel e Hamas cheguem a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza sob mediação dos Estados Unidos. Sinais de que a demanda da China por commodities industriais seguirá fraca também reduziu o apetite dos investidores pelos contratos de petróleo.

O contrato do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para setembro recuou 2,97%, a US$ 74,37 por barril. Já o contrato do Brent, a referência global, para outubro cedeu 2,54%, a US$ 77,66 por barril.

A commodity operou em queda no mercado futuro durante toda a sessão, inicialmente pressionada pela percepção de que a economia da China não deve se recuperar tão rapidamente e, portanto, a demanda por petróleo do gigante asiático seguirá mais baixa.

No entanto, os contratos futuros só aprofundaram a queda para mais de 2% à medida que foram divulgadas notícias sobre a possibilidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, foi a Tel Aviv, hoje, para negociar uma proposta nesse sentido com autoridades israelenses.

Depois das conversas, Blinken disse que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apoiou a proposta e que só falta a resposta positiva do Hamas para pausar o conflito no Oriente Médio.

Embora acredite que o petróleo deva recuar caso um acordo entre Israel e Hamas seja firmado, a queda não deve ser “particularmente grande”, avaliam os economistas William Jackson, Bill Weatherburn e Simon MacAdam, da Capital Economics. Segundo eles, os cortes de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) devem ser suficientes para apoiar a commodity nos próximos meses e confirmar a projeção da casa, de US$ 80 para o barril do Brent ao fim de 2024.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico

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