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A perspectiva de novas misturas de biodiesel e os desafios para o setor ampliar o mercado interno foi o tema da palestra de abertura da Conferência BiodieselBR 2010, que teve início hoje (27) de manhã em São Paulo.

{viewonly=registered,special}A perspectiva de novas misturas de biodiesel e os desafios para o setor ampliar o mercado interno foi o tema da palestra de abertura da Conferência BiodieselBR 2010, que teve início hoje (27) de manhã em São Paulo. Segundo o coordenador da Comissão Interministerial do Programa de Biodiesel da Casa Civil, Rodrigo Rodrigues, o maior gargalo para aumentar o percentual de mistura do biodiesel no diesel é o agrícola. “É preciso ter disponibilidade de fontes diversificadas de matérias-primas, porque as usinas estão cada vez mais dependentes da soja”. A participação relativa da soja na produção de biodiesel em 2008 foi de 69%. Em 2009 aumentou para 78% e, segundo o governo, deverá ficar em 83% em 2010. “O desafio é transferir tecnologia para outras matérias-primas”.

Ele destaca que para o setor crescer é necessário desenvolver mais pesquisas para diminuir os gastos na indústria e aumentar a competitividade do biocombustível, além de realizar testes nos motores com misturas maiores. “É preciso compatibilizar o uso com a indústria automobilística”, diz. Rodrigues ressalta que o maior uso de biodiesel também trará impactos na logística de abastecimento e será necessário preparar a cadeia de distribuição.

Mas o coordenador acredita que é possível aumentar gradativamente a mistura de biodiesel no diesel, da mesma forma que hoje o etanol é misturado na gasolina, em proporções que variam de 20 a 25%. “Esperamos o mesmo para o biodiesel. Mas esse crescimento precisa ser vinculado com os objetivos do programa, que é inserir a agricultura familiar, diversificar a fontes de matéria-prima e reduzir as disparidades regionais”.

Ele falou rapidamente sobre possíveis mudanças na sistemática de leilões. “Estamos estudando o formato CIF e a criação de cotas para cada produtor, de forma a incentivar aqueles que usam outras oleaginosas alternativas”.
 
Baseado nas estimativas das associações de produtores da Alemanha e da Argentina, o governo calcula que o Brasil deverá ser o segundo maior produtor de biodiesel no mundo em 2010, com 2,4 bilhões de litros, atrás da Alemanha, com 2,53 bilhões de litros.  Segundo Rodrigues, o país teve uma economia bruta de US$ 3,4 bilhões com a importação de diesel desde que foi implementado a mistura obrigatória.

Alice Duarte – BiodieselBR.com

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