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Política

Governo inclui bioenergia em tentativa de descarbonizar Amazônia


epbr - 03 ago 2023 - 09:09

O governo Lula (PT) lança na sexta (04) o Programa de Descarbonização da Amazônia, uma tentativa de substituir a dependência da região por geração a óleo para atender as populações de regiões dos sistemas isolados ou com acesso precário ao sistema nacional de energia.

Uma das principais agendas do atual ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, a iniciativa pretende movimentar entre R$ 5-10 bilhões em investimentos.

Desde o início de junho, o ministro tem vendido a ideia a delegações internacionais que visitam o Brasil, como França e Emirados Árabes. Também entrou na agenda do grupo de trabalho com o BNDES.

É, em parte, um programa de universalização do acesso à energia, na Amazônia Legal. Há 211 localidades que ainda não estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o MME.

E promete convergência com iniciativas já implementadas para ampliar o fornecimento de energia em cidades amazônicas, como o Luz para Todos e o Mais Luz para a Amazônia.

A diferença é a inserção do biodiesel como alternativa à geração térmica fóssil, já que o foco do Luz para a Amazônia é a instalação de painéis solares.

Atualmente, estima-se que é necessário atender 219 mil unidades consumidoras, em áreas remotas da Amazônia Legal, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão.

Essa demanda por geração de energia local e renovável pode chegar a seis milhões de módulos fotovoltaicos e mais de cinco milhões de baterias até 2030, de acordo com um estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

E ainda pressionar em R$ 1,3 bilhão a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) paga pelos consumidores do SIN em 2027, com as despesas de operação e manutenção dos sistemas de energia solar, calcula a empresa de tecnologia TR Soluções.

A inserção do biodiesel no programa de energia pode reduzir a demanda por painéis e baterias, ao mesmo tempo em que aproveita a produção local de biocombustível a partir de óleo de palma.

Uma oportunidade para a BBF, que já está instalada em estados na região.

O grupo possui 38 usinas termelétricas na região, com capacidade total de 238 MW e calcula que o biocombustível substitui 106,4 milhões de litros de diesel fóssil por ano.

Atualmente, 25 usinas estão em operação com capacidade de gerar 86,8 MW, atendendo 140 mil pessoas, diz a empresa.

A atuação da empresa no Pará, no entanto, é marcada por conflitos com comunidades locais, um desafio na hora de calcular quão “justa” será essa transição.

Nayara Machado – epbr