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Distribuição

Vibra Energia busca expansão em logística


Valor Econômico - 12 set 2023 - 10:32

A Vibra Energia (ex-BR Distribuidora) mira novos projetos para expandir sua rede logística. A empresa planeja terminais no Centro-Oeste e analisa leilões de granéis líquidos, segundo o vice-presidente da companhia Marcelo Bragança.

Há um mês, a empresa arrematou, em licitação, arrendamento no porto de Maceió (AL), onde atua em parceria com outras distribuidoras. No novo contrato, de 25 anos, estão previstos ao menos R$ 20 milhões de investimentos.

“Era um ativo estratégico. Já operamos nessas áreas, mas com contratos precários, que não nos permitiam fazer investimentos mais estruturantes. Agora vamos regularizar a situação e poderemos ampliar a área e fazer melhorias de segurança e a automação.” A meta é expandir de 25% a 30% a atual capacidade, de 25 mil m3. O suprimento de combustível, que hoje é feito por rodovias, deverá passar a ser totalmente via cabotagem, diz.

O grupo planeja seguir com a estratégia de regularizar seus contratos precários em terminais portuários. Um próximo alvo será o arrendamento do terminal de granéis líquidos no porto de São Luís (MA), cujo leilão poderá sair e 2024. “Se esse ativo for leiloado, vamos participar. É um terminal onde operamos e queremos manter.”

Questionado sobre outras licitações em preparação pelo governo, Bragança diz que a companhia deverá analisar projetos em Paranaguá e Santos. “Em Santos, o interesse [em eventual leilão do terminal de combustíveis STS 08] dependerá do modelo. No leilão anterior [em que não houve interessados], a empresa não entrou porque entendeu que as condições não faziam sentido. Mas vamos avaliar.”

Outro plano da Vibra é expandir sua estrutura logística voltada ao agronegócio, com dois terminais: um em Rondonópolis (MT) e outro em Dourados (MS).

“Estamos olhando para onde o Brasil cresce, que é no Centro-Oeste”, diz. No caso do Mato Grosso, a ideia é fazer o terminal vinculado à malha ferroviária operada pela Rumo, que faz a conexão com São Paulo. No Mato Grosso do Sul, a companhia tem uma base antiga, que foi desativada há décadas, e que agora será recuperada, segundo o executivo. Os projetos não tem valor de investimento calculado.

A Vibra tem alocado, por ano, de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões para fazer a manutenção e resolver gargalos em sua operação logística, segundo Bragança.

Nos últimos anos, foram conquistados outros projetos portuários, entre eles, um terminal em Belém, cuja obra deverá ser concluída neste ano, e um terminal em Santarém (PA) que está sendo construído do zero, e que deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2024, para atender o Arco Norte.

Além disso, a Vibra fez parte do consórcio, com Raízen e Ipiranga, que arrematou três áreas no porto de Cabedelo (PB) e uma no porto de Vitória, em um leilão realizado em 2019. No entanto, a vitória está sendo alvo de investigação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que apura se houve conduta anticompetitiva na formação da sociedade.

Para o vice-presidente, o inquérito não representa risco para o negócio e não deverá impedir a realização dos investimentos previstos. “A gente não vê risco. O edital do leilão passa por TCU [Tribunal de Contas da União], Antaq [Agência Nacional de Transportes Aquaviários], ANP [Agência Nacional de Petróleo] e, naquele leilão, se permitiu a formação de consórcio. Estamos muito seguros”, afirmou.

A construção do novo terminal em Vitória deverá começar no fim de 2023 e levar cerca de um ano e meio, diz. “A operação movimentará derivados e biocombustíveis, para atender demanda do Espírito Santo. Vai se tornar o principal terminal de atendimento do Estado.”

Com os novos investimentos, a expectativa é ampliar a capacidade estática de 1,7 bilhão de litros para 2 bilhões de litros até meados de 2025.

Taís Hirata – Valor Econômico