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Petrobras, Vibra e Ipiranga pedem previsibilidade para biocombustíveis


Valor Econômico - 11 jul 2023 - 18:41

Executivos da Petrobras, Vibra e Ipiranga afirmaram hoje em evento que é necessário avançar na regulação de biocombustíveis no Brasil para que o país possa acompanhar as tendências globais de transição energética. Claudio Romeo Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Marcelo Bragança, vice-presidente Executivo de Operações, Logística e Sourcing da Vibra Energia, e Leonardo Linden, presidente da Ipiranga defenderam que a previsibilidade é fundamental para que as companhias possam se preparar para os novos tipos de mobilidade.

“A vantagem do uso dos biocombustíveis no Brasil é que podemos usar as infraestruturas que já temos”, disse Bragança em debate virtual da Fundação Getúlio Vargas. “Os portos, os terminais e os tanques que são utilizados para gasolina também serão para os biocombustíveis. Os motores elétricos terão um forte nível de penetração no Brasil como vem acontecendo no resto do mundo, mas acreditamos que os híbridos terão papel importante por aqui. Apostamos nos biocombustíveis como solução competitiva”.

Para o executivo da Vibra, a aprimoração do Renovabio — política nacional de biocombustíveis que estabelece metas de descarbonização para o setor de bicombustíveis — é fundamental para combater o mercado irregular. “Precisamos ter previsibilidade e regras claras. Temos mecanismos que já foram pensados inicialmente e que precisam ser aprimorados. Precisamos integrar políticas públicas para pensar o futuro dos biocombustíveis. Sabendo que as regras valem para todos, podemos tomar os riscos e ajudar a reduzir o custo-Brasil ao longo do tempo”.

Os níveis de evasão fiscal e adulteração vistos atualmente foram duas das preocupações levantadas pelos executivos. Segundo Linden, ainda falta um controle efetivo da comercialização para que as empresas consigam aumentar os investimentos com segurança: “O biodiesel ainda não é um produto totalmente resolvido, temos problemas importantes. Não é uma solução para todas as regiões e todos os países”.

“A transição energética requer investimentos. Para isso, precisamos de um nível mínimo de segurança para investir na infraestrutura. O grande direcionador dessa transição será o consumidor. É ele quem vai direcionar e dar a velocidade da transição energética”. O diretor da Petrobras lembra que não existe ainda um mandato para o diesel R, o combustível renovável produzido pela estatal a partir de óleos vegetais. “Todo carbono conta, quando falamos de transição energética. Essa é uma premissa que precisa ser considerada pela regulação”, disse no evento organizado pela FGV Energia.

“Precisamos investir em novos produtos de tecnologia, mas temos os combustíveis fósseis como financiadores da transição energética, que vai exigir muitos investimentos”. Segundo Schlosser, a Petrobras tem como objetivo maximizar o uso dos ativos já disponíveis para ampliar a produção de renováveis. O executivo citou como exemplo a produção do diesel R na refinaria de Cubatão e a ampliação desse combustível nas refinarias de Duque de Caxias (Reduc) e de Paulínia (Replan).

Schlosser reforçou a diretriz do plano estratégico de 2024-2028 divulgado pela Petrobras em maio, que prevê investir de 6% a 15% do Capex em ativos de baixo carbono. O plano em si deve ser divulgado pela companhia em novembro.

Kariny Leal - Valor Econômico