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Energia

Biodiesel é saída para África, diz presidente de Cabo Verde


Agência Lusa - 20 nov 2007 - 18:31 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, defendeu a produção de biocombustível como "uma nova oportunidade para a agricultura e silvicultura" da África, sem prejudicar a segurança alimentar.

Falando em Roma na 34ª Conferência da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), Pires afirmou que várias áreas do continente africano não são utilizadas para a produção de alimentos, por dificuldades climáticas e geológicas.

"Creio que alternativas tecnológicas podem viabilizar a cultura de espécies adaptadas a esses climas para a produção de biocombustíveis. Evitava-se assim que terrenos apropriados para a produção de alimentos fossem ocupados e transformados em extensas monoculturas de espécies destinadas à produção do etanol ou do biodiesel", afirmou.

Durante o evento, Reis disse que, em relação às tendências do mercado das matérias-primas agrícolas, a segurança alimentar e o direito à alimentação pelas populações mais pobres do planeta são "prioridades incontornáveis da agenda internacional".

"Não é tempo de pensar na desativação da FAO, pois, mantém-se como uma instituição essencial para a materialização de certos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, com os quais a comunidade internacional está altamente comprometida", afirmou.

Agenda internacional

Segundo o governante, antigamente os grandes temas mundiais eram desertificação, reflorestamento e erradicação da fome e da pobreza, mas agora "a crise energética e a busca de saídas e alternativas para a sua superação tendem a dominar a agenda internacional, influenciando a definição de prioridades".

Uma das alternativas pode ser o biocombustível, disse Pedro Pires, desde que a sua produção "não concorra com a produção agrícola para alimentação humana, não ponha em causa a segurança alimentar para todos, nem contribua para a destruição das florestas primárias, e se faça com as devidas precauções sociais e ambientais".

O governante cabo-verdiano disse ainda que, entre 1990 e 2005, o mundo perdeu cerca de 3% da superfície florestal, registrando atualmente evoluções contraditórias. Na África e na América do Sul e Central são registrados os maiores desmatamentos, enquanto Europa e Ásia têm crescimento das áreas verdes.

Os países que mais desmataram entre 2000 e 2005, segundo uma pesquisa da FAO sobre a Situação das Florestas no Mundo, foram Indonésia, México, Papua-Nova Guiné e Brasil. A África, que concentrava 16% das florestas mundiais, perdeu 9%.

No continente africano, "a segurança alimentar, a par do acesso à água potável e ao saneamento básico", são objetivos prioritários, agora e no futuro, disse Pedro Pires.