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Grupo espanhol planeja investir na produção de biodiesel em MG


Valor Econômico - 17 out 2007 - 09:18 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O grupo espanhol Promobarna planeja construir 30 mini usinas de biodiesel no norte de Minas Gerais, com um investimento total estimado em R$ 200 milhões. Será a estréia do grupo - um dos maiores da Espanha no segmento imobiliário - no crescente mercado de energias alternativas. "O futuro é certo para o biocombustível", diz Bernando Díaz Porgueres, diretor do grupo.

Com o olho de quem conhece bem a realidade da Europa, o executivo avalia que a demanda por combustíveis alternativos será cada vez maior nos próximos anos, o que obrigará o continente a importar de países produtores como o Brasil. "A Europa não tem espaço suficiente para cultivar matéria-prima na escala necessária".

A estratégia do grupo espanhol é instalar usinas próximas à produção da matéria-prima, que será diversificada. A tecnologia das usinas, desenvolvida por uma companhia inglesa, permite que uma mesma unidade opere com rotatividade de matérias-primas. "Vamos trabalhar com o produto que tiver maior oferta, melhor preço, o que garantir melhor rentabilidade", afirma.

Conforme o executivo espanhol, matéria-prima é o item que pode tornar uma usina inviável. Por isso, ele avalia que a possibilidade de trabalhar com diferentes tipos de oleaginosas é o maior trunfo no projeto da Promobarna. A usina piloto, localizada no município de Arinos, deverá entrar em operação no segundo semestre de 2008.
 

 "O futuro é certo para o biocombustível", afirma Bernando Díaz Porgueres, diretor do grupo espanhol Promobarna


Cada mini usina terá capacidade inicial de produção de 30 mil litros de biodiesel por dia, podendo chegar a 70 mil litros por dia. A expectativa é que as 30 unidades estejam em operação dentro de, no máximo, seis anos. Cerca de 30% da matéria prima será garantida por pequenos produtores do norte de Minas Gerais.

Otimista, Porgueres já pensa em expansão. "Se formos bem sucedidos, claro, vamos expandir o projeto, talvez para outros Estados". De acordo com ele, outros investidores espanhóis já demonstraram interesse em se associar à Promobarna em uma eventual expansão do projeto.

Grupo familiar com 30 anos de atuação, o Promobarna começou a fazer pequenos investimentos imobiliários no Brasil há aproximadamente seis anos. Na época, lembra o diretor, o país ainda estava longe de atingir grau de investimento. Com o cenário macroeconômico mais positivo, o grupo resolveu apostar mais fichas no mercado doméstico.

Em novembro de 2006, comprou 100% do capital da construtora mineira Arco Engenharia. O valor da negociação não foi revelado. No último ano, os espanhóis investiram mais R$ 100 milhões na expansão do negócio.

Ao contrário da Espanha, onde o mercado imobiliário vive momento de estagnação, o Brasil tem espaço para lançamentos. O plano da Promobarna para a Arco - que já atua em Minas, São Paulo e Rio - é construir empreendimentos para diferentes classes sociais, atuando em todos os nichos onde houver demanda.

"Existe aqui uma capacidade grande de gerar oportunidades de negócios", afirma Bernardo Díaz Porgueres, que desde a aquisição da Arco vem se dividindo entre a Espanha e o Brasil. O grupo espanhol tem investimentos também na Venezuela e no México e estuda oportunidades de negócios na Nicarágua. Mas, segundo o diretor, o grande projeto da Promobarna, atualmente, chama-se "Brasil".

Ivana Moreira