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[Conferência] Biodiesel como ferramenta de saúde pública


BiodieselBR.com - 08 out 2015 - 13:47 - Última atualização em: 13 out 2015 - 11:00

Pouca gente coloca em dúvida a afirmação de que o biodiesel rende benefícios importantes em termos de saúde pública graças à melhoria que proporciona na qualidade do ar das grandes cidades brasileiras. Mas ainda faltava contabilizar o quanto. Em meados deste ano, um grupo de pesquisadores ligados ao Instituto Saúde e Sustentabilidade (ISS) publicou um estudo, financiado pela Aprobio, no qual procura mensurar tais externalidades. Os resultados serão apresentados patrono do ISS, o médico patologista Paulo Saldiva, no segundo dia da Conferência BiodieselBR.

Em geral, quando se fala nos impactos ambientais do biodiesel a primeira coisa que vem à mente é o aquecimento global. Evidentemente este não é um problema que deva ser minimizado, mas, segundo o dr. Saldiva, os ganhos em termos de redução nas emissões de gás carbônico nem sempre conseguem comunicar todas as vantagens deste biocombustível. “Embora o balanço de CO2 do biodiesel seja muito melhor que o do diesel de petróleo, qualquer mudança vai demorar muito tempo para dar resultado. Qualquer mudança que fizermos hoje só vai aparecer daqui a 80 anos. Isso dificulta o processo de convencimento”, explica aconselhando que a indústria passe a olhar mais para a questão dos poluentes locais.

Embora menos em evidência do que o CO2, os poluentes locais têm um impacto muito mais direto na qualidade de vida dos moradores de grandes centros urbanos. “Menos poluentes locais geram um benefício imediato em termos de saúde pública que pode ser valorado e mostrado. Isso motiva os cidadãos e os tomadores de decisão”, elabora.

Custo de deixar como está

Também consegue afrouxar um pouco com um dos principais nós com os quais o setor precisa lidar na hora de costurar os consensos políticos que poderão assegurar qualquer novo avanço em programas de combustíveis alternativos. “Durante os processos de tomada de decisão, as pessoas se perguntam muito o quanto vamos gastar para mudar [do diesel fóssil para o biodiesel], mas não qual é o custo para manter tudo como está”, indica o médico.

Mesmo invisível, esse pode ser um custo e tanto. Pelas contas do ISS, só na Grande São Paulo, o aumento de B5 para B7 deve reduzir os custos com internações causadas por problemas de saúde atribuíveis à qualidade do ar em cerca de R$ 258 milhões até 2025. Se estivéssemos usando o B20, a economia poderia chegar a R$ 1,6 bilhão.

E isso – vale repetir – é só na região metropolitana de São Paulo.

“Essa é uma ferramenta de gestão importante para o sistema de saúde pública”, avalia Saldiva lembrando que esse é só o ganho econômico. “Temos algo impossível de ser mensurado que é o valor ético e social do adoecimento e mortalidade precoce que à qual essas populações estão expostas”, prossegue.

Conferência

Paulo Saldiva participará do 2º dia da Conferência BiodieselBR 2015, o evento acontecerá entre 26 e 27 deste mês no Hotel Tivoli Mofarrej, região central da cidade de São Paulo.

A programação completa pode ser acessada clicando aqui.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com