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Biodiesel

Biodiesel: Cooperação na produção deve beneficiar educação infantil no Haiti


Ministério do Desenvolvimento Agrário - 07 mar 2006 - 08:25 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Um acordo de cooperação técnica para a produção de biodiesel vai beneficiar a educação e até a alimentação das crianças haitianas. Técnicos brasileiros vão passar os conhecimentos de utilização de oleaginosas, como o pinhão-bravo que é nativo no país, para desenvolver o combustível limpo e levar energia até as escolas para melhorar as condições de ensino e de nutrição dos estudantes. A proposta é que profissionais dos dois países se juntem para trocar conhecimentos, mas o trabalho conjunto ainda não tem prazo para começar a ser desenvolvido porque o governo brasileiro ainda está estudando o montante de recursos necessário para o projeto.

A idéia é que o biodiesel possa substituir a utilização do carvão vegetal, promovendo a diminuição da poluição e do desmatamento das florestas, além do surgimento de novas possibilidades para geração de energia. "Com geração de energia limpa, as escolas poderão qualificar o ensino e otimizar o fornecimento de alimentos às crianças", explicou o coordenador geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó.

Inicialmente, a transmissão desses conhecimentos, por meio do intercâmbio de técnicos, deve atingir a produção de 400 famílias de agricultores locais e refletir também nas relações entre Brasil e Haiti. "A intenção é beneficiar a todos os participantes. O projeto conta com a parceria entre sociedade civil, representada pela Via Campesina Internacional, e governo, com a participação dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), das Relações Exteriores e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), otimizando assim o trabalho de cooperação", afirmou Rondó.

Milton Rondó contou que o projeto reproduz as ações do Programa Fome Zero no Brasil. "Você aumenta os recursos para alimentação escolar e passa a comprar da agricultura familiar, criando um círculo virtuoso, em que a criança se alimenta e a família passa a poder vender a sua produção para fornecer às escolas. Os reflexos apenas nas crianças não bastam, porque, se a família está em risco, também não há segurança alimentar infantil. Para isso, é preciso que a família tenha condições de permanecer e sobreviver bem no local", disse.

Segundo o coordenador do Programa Nacional do Biodiesel do MDA, Arnoldo de Campos, a experiência brasileira serve para incentivar a disseminação dessa cultura e mostrar a importância social e econômica da introdução do biocombustível na matriz energética. Segundo ele, os índices nacionais revelam grandes conquistas: cerca de 250 mil famílias de agricultores, principalmente das regiões norte e nordeste, deverão estar envolvidas na cadeia produtiva até o final de 2007, já que somente com os próximos dois leilões do produto a meta do MDA é elevar para 100 mil famílias ainda este ano. Atualmente, 60 mil têm vínculo assegurado. Outro dado interessante é que o país deve economizar US$ 348,3 milhões por ano a partir de 2008, quando todo o mercado estiver abastecido com a porcentagem legal de dois por cento do produto no combustível comum.