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Biodiesel

Alternativa no campo amplia crise


Diário de Cuiabá - 14 set 2006 - 12:33 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Uma das principais alternativas que produtores rurais encontraram para driblar a crise foi o uso de óleos vegetais utilizados sem refinamento em máquinas agrícolas. A opção acentuou uma outra crise, a da comercialização de combustíveis no Estado, neste caso, a do óleo diesel.

A saída, que acabou gerando pesadelos para quem teve as máquinas danificadas por conta da borra de óleo que se formava sobre as cabeças dos pistões, imobilizando os anéis e fazendo com que os motores começassem a bater em um curto espaço de tempo, já está praticamente eliminada por quem utilizou, mas deixou cicatrizes no comércio varejista de derivados do petróleo. A opção caseira pelo biocombustível contribuiu para uma queda de 70% no volume de diesel comercializado até o mês de julho deste ano. “O uso indiscriminado do óleo vegetal in natura fez com que a demanda pelo diesel fosse reduzida”, explica o presidente do Sindipetróleo, Fernando Chaparro.

Uma das saídas apontadas pelo presidente do Sindipetróleo seria a industrialização. “Mato Grosso produz e não tem indústria. A saída para nossa economia passa pela agregação de valor à nossa produção”.

RITMO LENTO -- O crescimento dos estabelecimentos nos últimos três anos abaixo de 40% é considerado “pequeno” pelo segmento revendedor. Segundo José Antônio Marinho, dono do posto Europa, o encolhimento, além de “enxugar” o número de funcionários, não permite que a margem de lucro dos postos viabilize a continuidade da atividade. “A margem de lucro líquido não chega a 3%. Ser dono de posto deixou de ser um bom negócio”, admite.

GARGALOS -- Um dos entraves encontrados pelo setor de combustíveis é sem dúvida as altas taxas tributárias aplicadas pelo governo estadual e federal. “Nossa maior luta é convencer o governo estadual a igualar a alíquota do tributo com os estados de fronteira, como Goiás, que adotam 12% para o álcool, enquanto aqui nossa alíquota para fins de ICMS é de 25%”, reclama. (SF)