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Negócio

Soja avança em Chicago, mas reação pode ser limitada


Globo Rural - 14 mar 2024 - 10:36 - Última atualização em: 14 mar 2024 - 16:45

A soja negociada na bolsa de Chicago tenta se afastar dos menores valores vistos em mais de três anos no pregão. Nesta quarta-feira (13/3), os lotes para maio subiram 0,06%, para US$ 11,9675 o bushel.

Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado, diz que a soja ganhou força recentemente após movimentações técnicas de fundos de investimento em Chicago. Aliado a isso, o recém ajuste na projeção de colheita do Brasil, promovido pela Conab, favoreceu a alta do grão.

“O mercado perdeu muito valor nas últimas semanas, então um ajuste para cima já era esperado, ainda mais após o corte para a safra brasileira”, afirma Gutierrez.

No entanto, a recuperação nos valores da soja não muda a tendência de preços no cenário externo, segundo o analista, pois a produção esperada para a América do Sul será maior.

“De forma geral, o ambiente ainda é negativo para os preços. Para a soja voltar a superar os US$ 12 e se manter acima desse valor, ela precisa de outros elementos [de oferta e demanda] que neste momento não estão no radar”, destaca.

Milho

Pela segunda sessão consecutiva, o preço do milho ficou “de lado” na bolsa. Os lotes para maio caíram 0,11%, com o valor de US$ 4,4125 o bushel.

Assim como aconteceu na soja, os preços do cereal ensaiaram uma recuperação recentemente, porém a tendência de cotações mais baixas deve prevalecer, já que investidores ainda precificaram o quadro de oferta abundante nos EUA na safra 2023/24.

A demanda também não dá sinais de reação, reforçando o quadro de cotações negativas para o milho. Nesse sentido, a produção de etanol americana caiu 3% na semana do dia 8 de março, para 1,024 milhão de barris, disse a Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).

O dado geralmente traz um direcionamento para o milho em Chicago, já que nos EUA a principal matéria-prima do biocombustível é o cereal.

Trigo

O trigo caiu na bolsa de Chicago diante de dados ruins em termos de demanda. Os lotes com vencimento para maio fecharam a sessão em queda de 0,59%, para a US$ 5,4425 o bushel.

O mercado no momento está mais pautado por fatores técnicos, enquanto tenta entender as movimentações em torno da demanda por parte da China.

Depois de cancelar a compra de cerca de 500 mil toneladas de trigo dos EUA nos últimos dias, o país asiático também anunciou desistências do produto europeu, segundo informações da consultoria FranceAgriMier, que não especificou o volume que deixou de ser comprado.

No quesito oferta, as exportações da Rússia, o maior fornecedor mundial, favorecem as movimentações de queda. A consultoria SovEcon estima que as vendas externas do país em março possam atingir entre 4,60 milhões e 5 milhões de toneladas, acima das 4,10 milhões negociadas em fevereiro.

Paulo Santos – Globo Rural