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2007

Encontros e contatos


Luiz Pereira Ramos - 06 nov 2007 - 06:55 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Bom dia

Em 1998, estiveram em Curitiba, juntamente com a nata da ciência e tecnologia associada à produção e uso de biodiesel, os Drs. Joosten Coonemann (responsável pelo método Coonemann de produção de biodiesel, que hoje equipa tecnologias como as da ADM, Ferrostaal e Westphalia) e Martin Mittelbach (um dos grandes precursores do biodiesel na Europa e responsável técnico por uma das tecnologias mais versáteis para a produção de biodiesel, hoje comercializada pela BDI International), duas figuras por assim dizer legendárias do setor, ambos responsáveis por inestimáveis contribuições em várias áreas, desde tecnologias de produção até o desenvolvimento de métodos analíticos para a caracterização do biodiesel e/ou para o estabelecimento de especificações internacionais para o produto.

Estivemos com ambos durante o coquetel de recepção do International Biodiesel Congress e ambos demonstraram grande carinho pelo Brasil e, mais especificamente, por Curitiba, dada a hospitalidade com que lá foram recebidos naquela ocasião. Tópicos interessantes foram discutidos nesta conversa informal, desde aplicações de pinhão-manso para a produção de biodiesel até a adequação destes processos europeus para a produção de ésteres etílicos. Neste sentido, nas palavras do próprio Dr. Coonemann, seu processo ainda requererá maiores investimentos para atender ao aparente aumento do interesse internacional por tecnologias compatíveis com o uso de etanol.

Ao final da recepção, outra calorosa discussão envolveu o Dr. Joe Jobe (National Biodiesel Board, USA) e outros colegas da área, todos preocupados com a impresionante evolução do biodiesel em todo o mundo, e desta conversa prevaleceu a impressão de que todo investimento a ser hoje planejado neste setor da economia deve ser feito com muito cuidado, pois o mercado está começando a impor alguns importantes obstáculos para futuros investidores. Naturalmente, o custo atual da matéria-prima, particularmente considerando que grande parte da produção mundial depende da disponibilidade de óleos refinados (nos EUA, 78% da produção depende de óleo de soja refinado e cerca de 70% desta está na mão de não mais do que 12 a 13 grandes produtores), representa o maior entrave e soluções no sentido de amenizar este problema não nos parecem possíveis durante os próximos anos. Portanto, diversificação de matéria-prima e processos adequados para o processamento de óleos ácidos prevalecem como objetivos fundamentais para o setor, além de, naturalmente, o desenvolvimento de novas aplicações, preferencialmente de alto valor agregado, para os co-produtos do processo (leia-se, principalmente, glicerina). Na verdade, este é o tema em discussão na sessão que estamos agora presenciando. Em anexo, registramos um momento de descontração na presença dos Drs. Joosten Coonemann e Martin Mittelbach.

Luiz Pereira Ramos

Luiz Ramos