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Cenários de energia para o século XXI


BiodieselBR - 02 fev 2006 - 23:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O International Institute for Applied Systems Analysis e o World Council Energy elaboraram um conjunto de cenários para o século 21, sintetizados abaixo:

Cenário A: grande desenvolvimento tecnológico e crescimento econômico, no mundo; A1 com abundância de petróleo e gás natural, A2 limitando as reservas de óleo e gás às atuais (e aumentando muito o uso de carvão), e A3 com domínio de energia nuclear e renovável, eliminando os fósseis até 2100.

Cenário B: Avanços tecnológicos e crescimento econômico mais moderados; desigual nos países menos desenvolvidos.

Cenário C: Dominado por restrições ecológicas, conservação e uso eficiente de energia, com grande avanço tecnológico e econômico; C1 muito mais dependente de novos reatores nucleares (seguros), e C2 de energia renovável Somente os cenários A3, C1 e C2 podem promover uma transição para um “desenvolvimento sustentável”, entendido como o desenvolvimento com baixo impacto ambiental (local e global) e com distribuição eqüitativa de recursos e riqueza.

O Cenário B representa aproximadamente a permanência das condições e tendências atuais, mas com desenvolvimento tecnológico e econômico moderado; não levaria à sustentabilidade.

A discussão detalhada dos cenários e resultados, os indicadores de sustentabilidade, variações temporais e regionais são importantes para localizar e explorar as condições específicas do Brasil, no planejamento. Dentro desta enorme variação de opções, nota-se da Tabela 1 que, até 2030, dentro do mesmo grupo de cenários, não haveria diferenças sensíveis nos consumos energéticos, apenas nas emissões de CO2. O crescimento na energia elétrica (77 a 96% nos 3 grupos) é sempre maior que o na energia primária (13 a 76%).

Tabela 1. Cenários de demanda e oferta de energia
cenários de demanda e oferta de energia

De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, as demandas globais de energia (total e elétrica) devem crescer 78% e 92%, respectivamente entre 1996 e 2020 conforme o seu cenário básico. O investimento global necessário para o suprimento de energia será de US$ 400 – 600 bilhões/ano entre 1990 – 2020. Este investimento será feito em um conjunto de tecnologias - fóssil, renovável, nuclear – muito diversificado. O cenário considera que 80% da oferta de energia atual são de origem fóssil, e estes serão ainda os principais até 2020.

Dos aumentos em energia global e elétrica até 2020, apenas 9 e 12%, respectivamente, ocorrerão nos EUA; a grande maioria virá de países em desenvolvimento. A produção de petróleo deverá crescer de 72 para 116 milhões barris por dia, mas cairá nos EUA, aumentando a dependência do Golfo. Os riscos associados ao suprimento e aos impactos no meio ambiente farão crescer
o interesse em combustíveis limpos, de diversas fontes renováveis, em especial de biomassa, ou, no limite, do gás natural.

Gás natural é a fonte fóssil mais promissora, com maior capacidade de expansão, mais “limpa” entre os fósseis, mas apresenta uma distribuição espacial não homogênea, demandando grandes investimentos em infra-estrutura e acordos internacionais complexos. Aumentar a geração distribuída demanda novas tecnologias. O avanço no uso de energia nuclear continuará a ser limitado pelas implicações na segurança para sua aceitação pela opinião pública, o que indica que tecnologias mais seguras continuarão a ser buscadas.

Energias renováveis deverão suprir uma fração crescente da demanda, inicialmente fora dos EUA, como os mercados fotovoltaico e eólico. O seu crescimento mundial, incluindo biomassa, será fortalecido por considerações ambientais e de segurança no suprimento. De um modo geral, o crescimento econômico e a proteção ao meio ambiente serão os principais motivadores de mudanças/crescimento no setor energético.

Caso a sociedade mundial decida manter a concentração de carbono na atmosfera nos atuais 550 ppm, grande parte da energia futura deverá ser livre de carbono fóssil, com um forte aumento na eficiência de uso de combustíveis fósseis. Embora o caminho até 2020 seja essencialmente evolucionário, a partir daí a participação de novas tecnologias deverá crescer significativamente.