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Alcool

A ação do governo para o etanol


BiodieselBR - 02 fev 2006 - 23:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

A primeira ação deve ser a integração entre a Embrapa, INMET e demais parceiros no sentido de acelerar os estudos com foco na elaboração do plano estratégico de expansão da lavoura canavieira. Tal plano deve contemplar, além do privilégio à aptidão agronômica, o enfoque sócio-ambiental, de forma a subsidiar programas de governo que visem evitar problemas como os verificados no âmbito do Programa Nacional do Álcool.

Uma das diretrizes deve ser o desenvolvimento de instrumentos que promovam a desconcentração da produção. A concentração regional, onde São Paulo responde por mais de 60% da produção, é tão preocupante quanto o processo de verticalização, em que a cana própria já representa mais de 70% do suprimento das unidades industriais, num processo fortemente excludente para os pequenos e médios fornecedores.

Tão importante quanto organizar o processo de crescimento da produção doméstica é estabelecer canais de negociação no plano internacional, de forma a equacionar alguns importantes entraves. O maior deles, sem dúvidas, está relacionado à baixa liquidez no mercado de álcool, reforçado pela fragilidade do mercado de futuros para o produto. Esse problema só poderá ser equacionado a partir da entrada de novos atores no mercado, desconcentrando a oferta e reduzindo os riscos sistêmicos para os eventuais importadores.

O compartilhamento da experiência da diversificação da indústria sucroalcooleira, onde o Governo teve um papel institucional notório, é um caminho para angariar o apoio de outros países produtores de cana, a matéria­prima que permite os menores custos de produção para o álcool. O planejamento da expansão da fronteira de produção doméstica, combinado com uma ação estratégica junto a outros importantes players no mercado internacional é fundamental criar um ambiente de segurança, o qual se reproduzirá na materialização das expectativas quanto ao crescimento da demanda. Mais do que isso, a ação responsável do Governo e do setor privado será decisiva para atrair investimentos externos, inclusive em infra-estrutura, permitindo que sejam cumpridas as metas.