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Lençóis se associa a ingleses para produzir pinhão manso


Jornal da Cidade de Bauru - 02 set 2007 - 08:20 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Proposta de empresários é iniciar plantio de pinhão-manso, espalhar cultura para 60 municípios, extrair óleo e vender para indústria inglesa

Empresários do setor da agroindústria querem introduzir na microrregião de Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru) plantações de pinhão-manso para produção de biodiesel. A proposta é ocupar com a olioginosa terras em 60 municípios, num raio de 80 quilômetros de Lençóis. Em quatro anos, 10 mil hectares estariam produzindo a nova cultura. Uma fábrica de extração de óleo do pinhão-manso seria instalada na cidade em 2010. A partir do ano que vem, já se inicia a compra da semente e a multiplicação de áreas cultivadas.

O valor total para implantação da fábrica ainda não foi divulgado pelos investidores. A proposta foi apresentada na última terça-feira, para produtores, prefeitos e representantes de administrações municipais que integram a Associação dos Municípios do Centro do Estado de São Paulo (Amcesp). A parceria para concretizar o projeto de produção da matéria-prima para o biodiesel será realizada pelas empresas Internacional Agroenergia, com sede em Lençóis, e a D1-BP Fuel Crops Limited, com sede na Inglaterra.

Caso o projeto se efetive, a produção será comprada pela empresa inglesa, que transformará em biocombustível o óleo produzido em Lençóis.

Para alavancar o projeto na microrregião será criada uma associação intermunicipal de bioenergia, constituída por prefeituras, para dar suporte ao projeto. Os municípios consorciados iriam prospectar produtores interessados no plantio e disponibilizar técnicos da Casa da Agricultura para atuarem junto aos plantadores.

Para convencer produtores e o poder público municipal a apostarem no pinhão, Mike Lu, da Curcas Diesel do Brasil, expôs as vantagens econômicas e técnicas da planta. A Curcas Diesel é associada ao grupo inglês Britsh Petroleum e D1 Oils.

Sem concorrência
Conforme Luís Fernando Antunes Capelari, sócio-proprietário da Internacional Agroenergia, o plantio em larga escala do pinhão não irá tomar áreas onde já estão estabelecidas a cana-de-açúcar, laranja e madeira de reflorestamento, explorada por empresas na região. “A proposta é fortalecer a agricultura familiar, sem concorrer com outras culturas já existentes”, detalha.

A proposta dos empresários é atrair o produtor como parceiro para cultivar a planta em áreas que hoje estão degradadas ou inexploradas. O agricultor faria o plantio do pinhão-manso seguindo especificações fornecidas, recebendo a semente, a tecnologia de produção e colheita. Em contrapartida, se comprometeria a vender toda produção para a empresa lençoense.

Ricardo Santana