Brasil Ecodiesel deve mudar de endereço
A unidade da Brasil Ecodiesel em Crateús (401 quilômetros de Fortaleza) pode mudar de lugar. A informação é do coordenador do Programa de Biodiesel do Ceará (Secretaria de Desenvolvimento Agrário), Valdenor Feitosa. A usina, em funcionamento desde dezembro de 2006 e com capacidade para produzir 118 mil metros cúbicos de biodiesel/ano (89 mil deles têm venda assegurada, este ano, à Petrobras), teria poluído o rio Poti com glicerina. De acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a espuma no rio pode ter origem com o derramamento de substâncias extraídas dos óleos vegetais da mamona e soja.
Segundo Feitosa, "já foi acordado, verbalmente, a mudança de local, sendo a usina transplantada para outro ponto próximo à cidade, em fase de definição". A assessoria de imprensa da Brasil Ecodiesel, no Rio de Janeiro, não confirma a mudança de endereço da usina de Crateús: "Não há nada oficial". Esclarece também que a empresa providenciou a limpeza da área poluída "ainda que não tenha sido comprovada a responsabilidade da Brasil Ecodiesel".
A unidade de biodiesel de Crateús é uma das maiores do Ceará. Outra grande indústria do combustível deve ser montada, em Quixadá (168 quilômetros de Fortaleza), até o início de 2008, viabilizada pela Petrobras. Reunir as famílias, "organizar cooperativa" em torno do biodiesel (ou da produção de mamona, para começar) não é fácil, previne o técnico da SDA. "É um mundo que a gente está construindo. Estamos aprendendo com o processo", diz Valdenor Feitosa. "O mundo ideal é que o pequeno agricultor, o agricultor familiar tivesse a possibilidade de construir uma unidade para que agregasse valor: produzisse matéria-prima, esmagasse, vendesse o óleo e ficasse com a torta como subproduto para fertilizantes naturais ou ração", acresce. (AMCC)
