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Biodiesel

Expedito Parente participa de evento em Curitiba


Paraná Online - 22 jun 2007 - 06:09 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Solução para o problema social brasileiro. Além dos benefícios econômicos e ecológicos, o pai do biodiesel no Brasil, o engenheiro químico cearense Expedido Parente, acredita que os biocombustíveis vão ajudar bastante no combate à miséria no País. Prova disso, salientou, é a previsão de abertura de 600 mil postos de trabalhos na agricultura familiar com o programa federal do biodiesel. Parente esteve ontem, em Curitiba, para ministrar uma palestra no 1.º Encontro Luso-brasileiro de Negócios em Biocombustíveis no Paraná (Lusobra), promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e pela International Business.

Parente apresentou seu projeto de biodiesel pela primeira vez em um grande encontro que aconteceu em Fortaleza (CE) em outubro de 1980. O projeto não ganhou importância e os pesquisadores desistiram temporariamente da idéia em 1984, para retomar os estudos somente em 1991, quando a Alemanha e a Áustria passaram a se interessar pelo assunto. Para o engenheiro, são 27 anos que o Brasil deixou de ganhar em desenvolvimento social e econômico e de perdas para o meio ambiente. “Hoje existem estudos em andamento para se medir quanto se perdeu em qualidade de vida durante os últimos anos”, afirmou. “Mas são perdas ambientais e sociais irreversíveis”, completou.

O engenheiro químico assegura que o Brasil vai superar a meta de substituir 5% dos combustíveis fósseis por biocombustíveis antes de 2013 (como está previsto hoje). “Acho que daqui uns dois anos já superaremos a meta de 5%”, afirmou, otimista. E, para ele, o primeiro impacto disso no Brasil será social, o que vai refletir naturalmente na questão econômica. Segundo ele, isso vai acontecer principalmente na região Nordeste, que, se por um lado possui muita matéria-prima, por outro concentra muita pobreza. E Parente defende que o crescimento será tão grande que terá espaço igual para a agricultura familiar e mecanizada.

Já nas regiões Sudeste e Sul do País, além da questão social, o especialista lembra que os benefícios ecológicos serão sentidos com muita intensidade, por causa da poluição.

Recuperação

Agora, garante Parente, chegou a hora de recuperar o tempo perdido. “Estamos entrando na era pós-petróleo e indo para a era solar (que além de produzir energia é fundamental para a produção da matéria-prima dos biocombustíveis)”, explicou. E o especialista defende que a capacidade brasileira é tão grande que é possível produzir para consumo interno e para exportação. No primeiro caso, explicou, todas as regiões do Brasil têm condições viáveis para produzir para consumo próprio. No caso da exportação, Parente lembra da capacidade produtiva da floresta amazônica. “E lá a natureza já deu o canal de saída, que é o rio Amazonas”, salientou.

Andréa Bordinhão