MS: Itamarati produz 18 mil toneladas de soja para biodiesel
O complexo de assentamentos Itamarati I e Itamarati II, localizado em Ponta Porã (MS), retomou a produção de soja e irá colher 18 mil toneladas do grão. Centenas de beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária descarregaram sete mil toneladas destinadas à produção de farelo e biodiesel no posto de coleta instalado dentro do assentamento. O restante será entregue até o final de abril, quando acaba o período da safra.
Paulo Valmir Miranda é um dos agricultores que apostou na lavoura. Dos oito hectares de seu lote, três foram reservados para a soja, cujo rendimento deve chegar a 120 sacas. “É a lavoura mais viável no assentamento hoje”, avalia.
Ele conta que irá ganhar R$ 2,00 a mais por cada bolsa ou saca de 60 quilos, atualmente cotada em torno de R$ 38,00 pela Central de Abastecimento (Ceasa/MS). Além disso, assim que a soja for retirada, a área pode ser ocupada pelo milho e aumentar o rendimento da família.
A diferença de preço da oleaginosa é um atrativo oferecido pelos fabricantes de biocombustíveis interessados em obter o Selo Social, do Governo Federal. Para obtê-lo, as empresas precisam adquirir uma porcentagem da matéria prima de agricultores familiares assentados. Em troca, recebem incentivos fiscais e facilidades de financiamento.
A Granol, empresa brasileira centrada na produção e comercialização de grãos, absorve sozinha 45 mil toneladas dos grãos oriundos da reforma agrária do Mato Grosso do Sul. Depois de estocada, a produção segue para o município de Osvaldo Cruz (SP), onde é esmagada. A parte volumosa (80%) vira farelo para ração animal e exportação. O remanescente (20%) é o rendimento da planta em óleo.
A própria esmagadora transforma a matéria prima em biodiesel e depois vende para Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás). Ao final, o biocarburante é adicionado aos combustíveis que alimentam motores de automóveis de todo o País.
