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Cinética: bastidores, Sindicom e Petrobras


Edição de Out / Nov de 2011 - 15 out 2011 - 10:16 - Última atualização em: 24 jan 2012 - 10:21

Por Miguel Angelo Vedana

BASTIDORES - Fator de Ajuste

Quando saiu a portaria do Ministério de Minas e Energia dando as diretrizes para o 23º leilão de biodiesel da ANP, muita gente ficou surpresa. Não apenas o setor produtivo desconhecia que o Fator de Ajuste Logístico (FAL) seria lançado, como também outros ministérios. Era a maior mudança já feita nos leilões de biodiesel, e nenhuma comunicação ou consulta prévia havia sido feita. Esse tipo de atitude é bem incomum entre os órgãos e ministérios que trabalham com biodiesel. Mas toda essa pressa tem uma justificativa, ou pelo menos uma explicação. O MME já estudava criar o FAL há algum tempo, mas ainda estava trabalhando no tema. Após conversas com o ministro Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário, e com o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, Edson Lobão, do MME, entendeu que já estava na hora de introduzir o FAL. Como já havia passado tempo demais, Lobão ordenou que as mudanças fossem feitas o quanto antes. Na correria para atender o ministro, não sobrou tempo para avisar ninguém. Cá entre nós, será que esse pessoal não pode falar com o ministro Lobão sobre um tal de B7?

USINAS X DISTRIBUIDORAS - Sindicom muda de estratégia

O setor produtivo de biodiesel ficou parado em suas demandas por mais de um ano. Nenhuma de suas solicitações foi atendida e nenhuma nova ideia surgiu. Contudo, nos últimos meses os produtores vêm dando sinais de que encontraram novamente os trilhos. Várias demandas foram feitas e as conversas com o governo e associações têm evoluído. É claro que essa evolução é difícil de mensurar, mas é possível perceber alguns sinais que a confirmam. Um deles foi dado pelo Sindicom, conhecido opositor do aumento de mistura. Até a metade do ano, para o Sindicom, o principal motivo que impedia o aumento da mistura era o problema da qualidade do biodiesel. Agora, apesar de ainda se mencionar a questão da qualidade, seu presidente, Alísio Vaz, diz que é preciso um prazo de dois anos para construir novos tanques e obter as licenças ambientais necessárias para absorver um aumento na mistura de biodiesel. Tudo indica que essa será a nova barreira criada pelas distribuidoras para frear as intenções de aumento de mistura das usinas.

MDA X PETROBRAS - Estatal perdendo o selo?

Nem tudo são flores no relacionamento da Petrobras Biocombustível com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Mesmo sendo a empresa que mais inclui agricultores familiares e que mais investe dinheiro no Selo Combustível Social, algumas pessoas dentro do MDA não estavam satisfeitas com alguns incidentes que ocorreram entre a estatal e alguns agricultores. A insatisfação era tamanha que elas chegaram a cogitar tirar o selo social de uma das três usinas da Petrobras. Sabendo dessa insatisfação, a Pbio contra-atacou. Apresentou os números de inclusão social de cada uma de suas usinas e jogou na cara do MDA que era responsável pela maior parte das famílias incluídas do PNPB. Os números até foram “inflados” (veja mais na reportagem da página 20). Os descontentes do MDA tiveram que recolher suas intenções para poder continuar dizendo que o programa é um sucesso. Essa situação toda seria evitada se o MDA publicasse periodicamente os dados de aquisição de matéria-prima por usina.