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Entrevista: Alexandre Pereira


Edição de Out / Nov de 2010 - 15 out 2010 - 09:54 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:33
Alexandre Pereira fala sobre a preparação da Bioverde para entrar no mercado de ações e da luta pela abertura do mercado de biodiesel

Rosiane Correia de Freitas, de Curitiba


Quando se pensa nas grandes empresas do setor de biodiesel no Brasil, a Bioverde dificilmente estará entre as mais lembradas. Com uma usina em Taubaté, no interior de São Paulo, a companhia terminou 2009 em 14º lugar entre as maiores do setor, com produção de 38,28 milhões de litros de combustível. Mas hoje a Bioverde começa a chamar a atenção, não pelo tamanho efetivo de seu parque industrial, mas pelo apetite que vem demonstrando por uma fatia maior do mercado.

Recentemente, a empresa comprou a fábrica da Copenor, em Sorocaba (SP), e sinalizou que pretende ampliar o complexo para chegar a uma capacidade de produção anual de 800 milhões de litros. A unidade de Taubaté também está em pleno processo de ampliação e deve chegar a 181 milhões de litros de biodiesel.

A grande aposta da empresa é na oferta pública de ações. A companhia não revela quanto pretende levantar na Bolsa de Valores, mas já anunciou que vai entrar no mercado de ações em 2013. É sobre esse processo que o diretor comercial e de novos negócios da Bioverde, Alexandre Pereira da Silva, conversou com a BiodieselBR.

Revista BiodieselBR Como a Bioverde tem se preparado para o processo de abertura de capital?
Alexandre Pereira
A Bioverde está com quatro anos de vida. Temos a usina de Taubaté, que tem autorização para produzir 88 milhões de litros e que já tem autorização para ampliar a produção para 181 milhões de litros. E temos a nova aquisição da usina da Copenor, em Sorocaba. Temos feito esses investimentos e já estamos também fazendo a preparação para obter as ISOs 9.000, 14.000 e 18.000 dentro da empresa. Hoje a Bioverde já tem o balanço auditado pela Deloitte. Nosso planejamento é para fazer a chamada em 2013. Mas hoje já estamos com toda a estrutura pronta. Já temos um conselho de administração atuante, um sistema de governança corporativa que já funciona.

O setor de biodiesel tem experiências negativas com o mercado de ações, notadamente por conta dos problemas enfrentados pela Brasil Ecodiesel e pela Agrenco. Esse histórico influenciou a forma como a Bioverde está se preparando para a oferta de ações?
Alexandre Pereira
Na verdade, a Bioverde sempre trabalhou com o objetivo principal de ter qualidade, principalmente no atendimento ao cliente, sempre honrando todos os contratos. A confiabilidade do nome, da marca, é muito importante na abertura de capital. O mercado aprendeu muito com isso que aconteceu. Hoje o biodiesel vem se consolidando como realidade. É um combustível que já está inserido na matriz energética do país. As empresas que tiverem eficiência e continuarem demonstrando isso ao longo do tempo têm um diferencial importante. O mercado não pode confundir essa qualidade com experiências ruins do passado.

Mas certamente os problemas da Brasil Ecodiesel e da Agrenco fazem o mercado ser mais cauteloso.
Alexandre Pereira
Com certeza. Nós também somos cautelosos e estamos estabelecendo em toda a cadeia um nível de confiança para o cliente, com todo um respeito para que se dê sustentabilidade ao negócio.

Que valor a Bioverde pretende levantar através da venda de ações?
Alexandre Pereira
Qualquer número que eu falasse agora não seria palpável. A Bioverde não depende de capital externo para fazer seus investimentos. Ela certamente será fortalecida, mas não tem necessidade do capital externo. O que vai determinar esse valor é o que vai acontecer ao longo desses três anos. Posso adiantar que são números ambiciosos, certamente.

Esses recursos irão apenas para investimentos na produção de biodiesel ou a empresa pretende ampliar negócios em outras áreas?
Alexandre Pereira
A Bioverde tem uma característica um pouco diferente das outras usinas. Claro que o volume principal de negócios é do biodiesel. Mas é uma indústria bioquímica. Pode gerar outros produtos e outros negócios. A idéia é ter uma força maior em outros mercados, sempre levando para a parte verde do negócio, para a produção de substitutos para produtos derivados do petróleo por alternativas renováveis.