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Biocamp: Tecnologia


BiodieselBR - 10 nov 2007 - 07:37 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 11:32

O maior destaque da usina, no entanto, está na tecnologia utilizada para a fabricação do biocombustível. Em abril do ano passado, a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Biocamp assinaram um contrato de licenciamento. Por meio do acordo, a empresa poderá explorar comercialmente, pelo prazo de 20 anos, um catalisador de alto desempenho capaz de transformar gordura animal e óleos vegetais em biodiesel.

A tecnologia, totalmente nacional, foi desenvolvida pelo professor da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp, Antonio José da Silva Maciel, em parceria com seu aluno de doutorado, Osvaldo Candido Lopes, e com a colaboração de outros professores da unidade. O contrato não confere exclusividade à Biocamp e a mesma tecnologia deverá ser objeto de novos licenciamentos, segundo informações da Unicamp.

Luís Gustavo Moura é só elogios para o projeto. “Somos a primeira usina a adotar essa tecnologia. Produzimos biodiesel por meio de transesterificação, em processo contínuo. Os equipamentos foram implantados com o assessoramento dos professores da universidade. Como a tecnologia saiu da escala laboratorial e veio para o plano industrial, alguns ajustes foram necessários nos quatro primeiros meses, mas esse é o nosso principal diferencial competitivo”, comenta. A indústria começou a funcionar de modo regular desde janeiro deste ano.

Segundo o gerente da Biocamp, o catalisador e os demais equipamentos do projeto desenvolvido pela Unicamp possibilitam um controle de custos muito eficiente em relação a outras plantas industriais. “A usina tem um porte menor, mas possui uma capacidade de produção quantitativamente maior”, esclarece. Ele não fala sobre os valores aplicados na fábrica, porque diz que os sócios preferem não revelar o montante. Mas houve especulações na época da assinatura do contrato que apontavam para investimentos em torno de R$ 10 milhões.

A opção pelo equipamento produzido pela universidade, explica Moura, ocorreu porque um dos sócios da Biocamp é natural da região de Campinas, no interior de São Paulo, e já tinha contatos na Unicamp. “Ele fez contato com a reitoria e com a faculdade para saber mais detalhes sobre o projeto que estava em andamento. Quando isso aconteceu, o processo estava em fase final de desenvolvimento, e então começaram as conversações.”

De acordo com o gerente, o catalisador desenvolvido pelos pesquisadores proporciona um rendimento maior. “Outras técnicas disponíveis para a produção de biodiesel proporcionam um rendimento inferior a 95%. Além disso, os catalisadores presentes no mercado induzem a formação de resíduos indesejados”, afirma. “Nossa tecnologia é bastante eficiente”, completa Moura, normalmente quem fala em nome dos cinco sócios da Biocamp, que não gostam de aparecer.

“Os proprietários são empresários de outros setores, com outra formação e que preferem ficar no anonimato”, argumenta o gerente. Ele conta que os planos da fábrica começaram a ser traçados quando um dos sócios comprou terras na região e a localização privilegiada despertou a curiosidade em relação ao biodiesel. “Estamos em uma área estratégica pela oferta de matéria-prima e os sócios viram no negócio uma boa oportunidade de investimento. Assim é que tudo começou.”