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Pesquisa

Argentinos identificam leveduras Antártida para produção de biodiesel


Assessoria Aprobio - 04 abr 2017 - 15:33

Pesquisadores argentinos identificaram três tipos de levedura encontradas na Antártida que demonstraram potencial para a produção de biodiesel. “As leveduras são excelentes alternativas aos óleos vegetais usados na produção de biodiesel, além de terem outras aplicações biotecnológicas”, afirmou o diretor do projeto, Silvana Viñarta, pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnica (Conicet) que dirige esse projeto de pesquisa.

A equipe liderada pela cientista analisou sete espécies de leveduras Rhodotorula isoladas a partir de amostras do solo da Antártida coletadas a partir da base científica de Carlini. Eles observaram que, sob certas condições de cultura, duas das linhagens analisadas – a glutinis e a glacialis – demonstraram alta capacidade para acumular lipídios neutros.

“Os valores de acumulação lipídica obtidos por estas leveduras, algo em torno de 70% do peso de suas células, estão entre os mais elevados já relatados na literatura para leveduras oleaginosas. E o perfil de ácidos graxos é similar aos que os óleos vegetais apresentam”, comemorou Viñarta que também é professora associada da Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Nacional de Catamarca (UNCA).

O estudo, publicado na revista “Journal of Basic Microbiology”, também mostrou que os óleos acumulados por essas leveduras são ricos em ômega 3 e 6 o que pode também despertar o interesse para as indústrias farmacêutica e de alimentos.

Vantagens

Os óleos microbianos têm vantagens sobre os óleos convencionais. A maior delas é o tempo de maturação. Enquanto as culturas vegetais comuns precisam de meses até estarem prontas para a colheita, os micróbios conseguem chegar ao mesmo ponto em questão de dias. Além disso, eles podem permitir o aproveitamento de resíduos orgânicos e agrícolas e serem cultivados em terras marginais improdutivas.

Segundo a professora Viñarta, a pesquisa agora vai se dedicar a otimizar a produtividade dos microrganismos e testar em resultados em escalas maiores.

O projeto foi a realização de uma parceria firmada entre Walter Mac Cormack, do Instituto Antártico Argentino (IAA) e da Dirección Nacional del Antártico (DNA), que facilitou a expedição para coleta de amostras das leveduras.