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Negócio

Brasil sobe no ranking e se torna 9º maior produtor de petróleo no mundo


O Globo - 18 jun 2018 - 09:32

O Brasil subiu mais um degrau no ranking dos dez países maiores produtores de petróleo do mundo. O país está em 9º lugar com uma produção média de 3,2 milhões de barris de petróleo (óleo e gás) por dia, representando 3% da produção total mundial. O ranking é da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), com base nos dados de 2017. O Brasil passou o Kuwait, país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que teve produção de 3,1 milhão de barris.

O diretor de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), José Mauro Coelho, destacou que tudo indica que a produção de petróleo vai continuar crescendo significativamente no país nos próximos anos. Segundo o executivo, a expectativa é que em 2026 a produção brasileira atinja 5,2 milhões de barris diários de petróleo, quase o dobro do que foi produzido em 2016, um volume de 2,7 milhões de barris por dia.

Mas, de acordo com José Mauro, a falta de investimentos na expansão do refino no país poderá fazer com que o Brasil em 2026 esteja entre os cinco maiores exportadores de petróleo do mundo. Isto porque, sem ampliação da capacidade de refino no país para atender ao aumento do consumo de combustíveis, ao mesmo tempo que sobrará petróleo cru para exportar, o país terá que importar maior volume de derivados.

“Devido aos baixos investimentos em refino no período, poderemos em 2026 estar exportando algo em torno de 3 milhões de barris/dia. Estaremos entre os cinco maiores exportadores de petróleo do mundo. Possivelmente atrás somente de Arábia Saudita, Rússia, Iraque e Canadá”, destacou.

Sem novos investimentos para o aumento da capacidade de refino no país, da qual 98% são controlados pela Petrobras, em 2026 o Brasil será um forte importador de derivados, o que não é bom termos estratégicos. E os derivados no mercado internacional têm um preço superior ao da cotação do petróleo cru. As projeções da EPE indicam que, em 2026, com o aumento da demanda de combustíveis, o Brasil deverá ter de importar em torno de 800 mil barris diários de combustíveis.

“Nossas projeções mostram que, se não investirmos em refino, poderemos em 2026 estar importando cerca de 800 mil barris por dia de derivados, em especial óleo diesel, e também outros derivados como o GLP, nafta, gasolina e QAV (de aviação)”, disse José Mauro.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) abriu consulta pública no último dia 11 para discutir a periodicidade do repasse dos aumentos de preços dos combustíveis para os consumidores. A política de reajustes quase que diários nos combustíveis feita pela Petrobras vem provocando forte discussão. O movimento se intensificou após a greve dos caminhoneiros, que tinha entre os pontos em discussão os aumentos dos preços do diesel.

O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, tem justificado sua decisão de estudar a periodicidade dos reajustes para os consumidores com o fato de o mercado ser distorcido, monopolista, dominado pela Petrobras. E, segundo Décio Oddone, é fundamental a entrada de investidores no refino no Brasil.