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Regulação

Sem uma política clara, biodiesel pode perder investimentos, diz CBIE


Agência Estado - 02 out 2012 - 13:09 - Última atualização em: 03 out 2012 - 11:13

Sem uma política de governo clara, o setor de biocombustíveis não vai conseguir atrair investimentos necessários para sua expansão, seja para produção de biodiesel seja para produção de etanol, afirmou o presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Segundo ele, os investidores precisam de previsibilidade para investir e, desde a descoberta do pré-sal, o governo praticamente abandonou sua política para biocombustíveis diante da falsa premissa de que rapidamente o Brasil estaria produzindo muito petróleo.

Para Pires, que participa nesta segunda-feira da 8ª Conferência Internacional BiodieselBR 2012, realizada em São Paulo, o governo precisa definir metas para o etanol e para o biodiesel para que estes setores consigam se planejar. Ele lembrou que, em 2000, o Brasil produzia o dobro de etanol produzido pelos Estados Unidos. "Os Estados Unidos fizeram um programa de metas e hoje produzem o dobro do Brasil", disse. O executivo ressaltou que na última década o Brasil brigou para se livrar das barreiras tarifárias norte-americanas contra o etanol brasileiro. "E finalmente conseguiu em um momento em que não tem etanol para exportar e está precisando até importar o biocombustível", lamentou.

Segundo ele, é esperado que o governo cobre dos setores de biocombustíveis investimentos em aumento de produtividade para que seus custos sejam reduzidos. "Mas em primeiro lugar o governo tem de acenar com regras estáveis, que não mudem no meio do caminho. Hoje essas regras não existem e tanto o setor de etanol como de biodiesel estão sofrendo com a falta de regras", afirmou, citando que quase 50 usinas de etanol já fecharam as portas nos últimos anos e no segmento de biodiesel, metade da capacidade instalada está ociosa.

Agência Estado