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Soja

Preço da soja favorece produtor, mas preocupa indústrias


Zero Hora - 28 mai 2012 - 09:26
Soja-280512A crescente valorização da soja provoca contrastes na negociação da safra gaúcha castigada pela seca. Enquanto agricultores comemoram a oportunidade de amenizar os prejuízos, a indústria sofre com a falta de matéria-prima.

Para analistas de mercado, a disputa pelo grão escasso fortalece as vendas e mantém a tendência de alta no preço. Em contrapartida, deve ampliar a ociosidade da indústria no segundo semestre.

– O produtor também está aproveitando o bom momento para fazer a venda antecipada da próxima safra de verão a preços interessantes – destaca o consultor Carlos Cogo.

Segundo Cogo, a escassez de soja é inevitável, uma vez que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de biodiesel do país e tem alta demanda de farelo para avicultura e suinocultura. Cogo observa que a valorização do grão no mercado interno diminui as exportações, por oferecer um preço mais atrativo. Em dólar, o valor pago é até superior ao praticado na bolsa de Chicago, afirma.

Preco da Saca-280512O consultor estima que cerca de 80% da safra gaúcha já foi vendida. O analista de mercado Farias Toigo projeta 65%, mas ressalta que o índice é praticamente o dobro do mesmo perío

do do ano passado, quando não houve seca. A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) não informa o percentual de comercialização por temer que isso afete negativamente o mercado.

– É mais elevado porque a quantidade de soja é menor, houve vendas antecipadas da produção e o preço está favorável – explica o economista Antônio da Luz.

Diante do cenário incerto, a indústria antecipou a compra de estoque aproveitando a disposição do produtor em negociar. Mas as empresas admitem que a quantidade não é suficiente para o ano todo. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais ( Abiove) prevê que a ociosidade do setor será maior comparada ao ano passado.

– A importação de soja de outros Estados ou países é uma opção devido à quebra de safra no Rio Grande do Sul, mas tudo dependerá do custo – diz Fábio Trigueirinho, secretário executivo da Abiove.

Leandro Becker