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Macaúba

Macaúba foi discutida em workshop na Embrapa Agroenergia


Assessoria Embrapa - 11 nov 2015 - 10:51

Com intuito de desenvolver ações voltadas para o desenvolvimento da macaúba para os agricultores familiares da região Nordeste do Brasil, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) estiveram reunidos para tratar de ações de desenvolvimento da espécie que hoje vem sendo cada vez mais visada como matéria-prima para a agroenergia. A reunião aconteceu entre quinta e sexta-feira (05 e 06) da semana passada.

A intenção da ação é compartilhar e, ao mesmo tempo, planejar atividades no âmbito do Projeto MACSAF que tem como objetivo a produção de macaúba em sistemas agroflorestais para gerar alimentos e matéria-prima para bioenergia, explica Alexandre Cardoso, pesquisador da Embrapa Agroenergia e coordenador do projeto. A iniciativa integra o Programa para Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis do World Agroforestry Centre e é financiado pelo International Fund for Agricultural Development.

Os trabalhos conduzidos no Nordeste nos campos experimentais da Embrapa Meio-Norte e da Embrapa Algodão estão relacionados ao cultivo da macaúba e ao seu uso em sistema agroflorestais, explica o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Humberto Umbelino.

Na região do Cariri cearense, destaca o biólogo da Embrapa Algodão, Gildo de Araújo, o aproveitamento da macaúba por via extrativista já ocorre tradicionalmente. Araújo salienta: "a macaúba é uma boa opção para agricultores da região, principalmente integrada com outras culturas, visando ganho ambiental e social".

Sobre o potencial da macaúba, Nilton Junqueira, pesquisador da Embrapa Cerrados, considera que é uma boa alternativa para o Nordeste, tanto como matéria-prima para biocombustível como para alimento, por se tratar de uma planta rústica, aparentemente bem tolerante à seca e sem ser acometida por pragas importantes em seu habitat natural. "No entanto, pragas exóticas vindas de outros continentes podem se tornar um problema pelo fato de não terem evoluído com essa planta", salientou o pesquisador. Outra preocupação do pesquisador se refere à necessidade de estudos sobre os polinizadores e mecanismos de polinização da macaúba, considerando a sua dependência desses processos.

Em 2016, serão ampliadas as ações de pesquisa, com os experimentos de avaliações de genótipos. A partir janeiro, o pesquisador da Embrapa Agroenergia, Bruno Laviola, pretende avaliar cerca de vinte genótipos selecionados para produção de óleo em duas microrregiões do Nordeste. "Nós iremos buscar materiais mais produtivos, pois queremos que esses ajudem em uma potencial produção comercial da macaúba", diz.

A Macaúba é bem distribuída no território nacional, sendo que no Nordeste, o Ministério do Desenvolvimento Agrário realizou o levantamento preliminar dos maciços naturais de macaúba, tendo sido identificada sua presença nos estados do Ceará, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Paraíba, relata Haroldo Oliveira, da Coordenadoria de Biocombustíveis do MDA. Oliveira também salientou, durante o workshop, que a intenção é aplicar as atividades desenvolvidas pelo MDA dentro do Programa Nacional de Produção de Biodiesel e estimular a agricultura familiar a desenvolver atividades com a macaúba, inclusive com o suporte do Selo Combustível Social.

Durante o evento, Haroldo também apresentou o manual de boas práticas que foi desenvolvido pelo próprio Ministério destinado exclusivamente para os agricultores familiares.

Também foram discutidas no evento ações voltadas para a geração de tecnologias agroindustriais para obtenção de energia e aproveitamento de subprodutos, além de estudos socioeconômicos e ambientais, componentes tão importantes quanto os estudos agronômicos para viabilizar o aproveitamento sustentável da macaúba.