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Macaúba

Congresso Brasileiro de Macaúba reuniu pesquisadores em MG


Assessoria Embrapa - 26 nov 2013 - 16:32 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53

Avançar na pesquisa científica e discutir políticas públicas que viabilizem a consolidação da cadeia produtiva da macaúba. Essa foi a tônica do I Congresso Brasileiro de Macaúba, evento realizado entre os dias 19 e 21 de novembro em Patos de Minas (MG) que atraiu mais de 100 pesquisadores, técnicos, produtores, autoridades, investidores e estudantes.

A região do Alto Paranaíba é a maior produtora de macaúba de Minas Gerais, Estado que por sua vez é o maior produtor nacional. Embora não seja uma espécie domesticada, os frutos são tradicionalmente usados como alimento, fonte de óleo para cosméticos, artesanato e geração de energia, entre outros. A Embrapa vem desenvolvendo pesquisas não apenas para caracterizar as espécies de macaúba e selecionar materiais mais produtivos, mas principalmente para adequação de sistemas de cultivo que a tornem uma fonte alternativa de matéria-prima para a produção de biocombustível e gerem mais renda ao produtor rural.

Na abertura do congresso, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, elogiou o trabalho que vem sendo realizado pela Embrapa “É um grande orgulho para o Brasil. Andamos pelo mundo todo e ela é sempre reverenciada”, afirmou, lembrando que a Empresa hoje tem representações em vários países.

Ele destacou o potencial da macaúba, que pode render até 4 mil litros de óleo por hectare, e a crescente demanda para a produção de biocombustível. “Sem dúvida, a demanda é maior que a oferta, e os produtores que extraem o óleo sabem que não há dificuldade em colocá-lo no mercado nacional ou internacional”, disse. 

Andrade aposta que a macaúba, uma cultura perene, vai contribuir com a agricultura de baixa emissão de carbono. “Para isso, vamos discutir neste congresso como as políticas públicas podem incentivar o produtor a sair um pouco do extrativismo e cultivá-la como uma cultura agrícola, aumentando a produção”.

O ministro lembrou que o óleo de macaúba tem sido utilizado pela indústria de cosméticos, mas que há uma crescente demanda pela aviação, que começa a utilizá-lo em mistura com o querosene. “O óleo dará maior vida útil às turbinas dos aviões, por também ser lubrificante”, observou.

O secretário de Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, e o vice-prefeito de Patos de Minas, Sandro Ângelo de Andrade, salientaram que a macaúba pode representar uma alternativa de produção sustentável. “É uma cultura com todo o potencial para ser trabalhada na região e que tem foco na sustentabilidade, o que vem ao encontro do que a sociedade cobra”, disse o vice-prefeito. “A macaúba é uma opção a mais para o pequeno produtor, e pode proporcionar um combustível verde, que é o sonho de todos. Temos a oportunidade de mostrar ao mundo a riqueza que temos em nossas mãos”, completou o secretário.

Palestras
Cerca de 30 palestras abordaram e discutiram o histórico, perspectivas, aspectos legais, extrativismo, projetos e experiências nacionais e internacionais, biologia, sistema de produção, melhoramento, domesticação, processamento agroindustrial e aplicações, além de um plano de diretrizes para a cadeia produtiva da macaúba. Também houve a apresentação de 60 pôsteres de trabalhos científicos relacionados à macaúba.

Pela Embrapa, participaram pesquisadores das unidades: Cerrados; Agroindústria de Alimentos e Agroenergia. A pesquisadora Rosemar Antoniassi, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, falou sobre as propriedades e o rendimento dos óleos da macaúba, enquanto Simone Fávaro, da Embrapa Agroenergia, palestrou sobre as potencialidades para agregação de valor aos coprodutos da cadeia produtiva da macaúba. Também foi palestrante a coordenadora de Assuntos Regulatórios da Embrapa, Rosa Míriam de Vasconcelos, que abordou o uso de espécies da biodiversidade com vistas ao acesso ao patrimônio genético nacional.

Lançamento
O congresso também foi palco do lançamento do livro paradidático “A macaúba amiga”, voltado para o público infanto-juvenil. Os autores são Maria Lucia Meirelles, Renato Berlim Fonseca, Francisca Elijani do Nascimento e Nilton Tadeu Vilela Junqueira, pesquisadores e analistas da Embrapa Cerrados.

O livro é produto da atividade de educação ambiental do projeto de pesquisa “Prospecção Domesticação e Seleção de Novas Oleaginosas para produção de Biodiesel”, liderado pela Embrapa Cerrados e com apoio financeiro da Petrobras. “É uma forma de conscientizar a população rural, principalmente os jovens, que são o futuro, sobre a importância de se preservar a macaúba”, explicou o pesquisador Nilton Junqueira.

O analista Renato Berlim acrescentou que o livro foi construído por uma equipe multidisciplinar envolvendo não apenas pesquisadores, mas também profissionais das áreas de educação e letras. “Nossa proposta era contar a história de uma busca por soluções sustentáveis. A ideia do livro é promover a pesquisa, o método científico, através da história de uma criança que estuda um problema para buscar a sua solução”.

Ao contar a história de amizade entre o menino Tonico e uma palmeira chamada Macaúba, que vive no sítio do pai da criança, o livro “A macaúba amiga” fala sobre a importância de se conhecer o papel das plantas na vida do planeta, a necessidade de preservá-las, e as possibilidades de aumentar a produção agrícola de forma sustentável.

O livro pode ser baixado gratuitamente na internet clicando aqui.

Com adaptações BiodieselBR.com