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Argentina

Argentina: usinas pequenas e médias estão “desesperadas”


BiodieselBR.com - 08 out 2012 - 18:27 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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O imbróglio no qual a indústria do biodiesel argentina está metida desde agosto passado ganhou mais um desdobramento. O governo fixou em 4.661 pesos o preço pago pela tonelada de biodiesel no mercado interno do país (R$ 2.011,22 pela cotação desta segunda-feira), valor que usinas consideram baixo demais para garantir a rentabilidade das operações.

Em agosto passado, o governo argentino anunciou um controvertido pacote de medidas que desagradou profundamente o segmento de biodiesel. Além de aumentar substancialmente os impostos pagos na exportação do diesel renovável, o preço pago pela tonelada do produto consumido no mercado interno foi reduzido em 15% – caindo de 5.195 para 4.405,30 pesos.

O valor foi considerado tão inadequado pelas usinas de menor porte que diversas preferirem sair do mercado. A Argentina mistura 7% de biodiesel no diesel que consome, isso representa cerca de 800 milhões de litros anuais do produto, a maior parte do qual sai de usinas pequenas e médias. As maiores unidades produtivas tendem a dar mais ênfase à exportação.

Desde então, a Casa Rosada deu um passo atrás e reviu a alta dos impostos que o setor paga.

Só que a primeira revisão do preço interno desagradou profundamente os produtores que pleiteiam um preço de 5.500 pesos por tonelada.

Reunião
Um grupo desses empresários esteve reunido com o ministro do comércio interior do país, Guillermo Moreno, para discutir a situação. O empresário do setor Carlos Paredes, sócio da Aripar, esteve presente à reunião e contou ao portal especializado em agronegócio Infocampo que o encontro não trouxe avanços. “Não conseguimos nada, continua em 4.661 pesos”, sintetizou. Por enquanto os empresários apresentarão a cada 15 dias seus custos ao governo para subsidiar o processo decisório.

Ainda segundo Paredes, o ministro também jogou um balde de água fria sobre a possibilidade de serem adotadas faixas diferenciadas de preços para a produção das usinas menores e maiores. Na reunião Moreno teria dito aos empresários que essa possibilidade continua sob estudo, mas que nada será feito nesse sentido no curto prazo.

Segundo Paredes, sem qualquer modificação no cenário atual, não resta outra opção além de fechar as portas. “Estamos em uma situação muito difícil. Há quase 60 dias que nossa fábrica não está produzindo. Para as pequenas e médias isso é grave. Estamos desesperados”, completou.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações: Lapolíticaonline, Infocampo