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Conferência BiodieselBR 2015

[Conferência] Uso opcional de biodiesel na visão do governo


BiodieselBR.com - 13 out 2015 - 09:21

Embora nada indique que novos aumentos da mistura obrigatória estejam para vir no curto para médio prazos, há algum tempo sabe-se que o Ministério de Minas e Energia (MME) vem analisando uma proposta que facilita o uso autorizativo de misturas maiores em frotas. Esse será o tema da palestra do coordenador-geral de combustíveis renováveis do ministério, Ricardo Gomide, vai apresentar no 1º dia da Conferência BiodieselBR 2015.

Segundo Gomide é preciso ter sempre em mente que a mistura obrigatória de biodiesel é uma subvenção que o governo dá para a indústria e que, por isso, esse é um mecanismo que deve ser usado de forma criteriosa. “A mistura obrigatória é um incentivo melhor do que qualquer subsídio”, pontua. “A medida em que o setor fica maduro, temos que buscar outros caminhos e o [uso] autorizativo é um deles”, explica.

Frotas

A ideia é permitir que grandes frotistas que queriam usar mais biodiesel possam fazê-lo a seu próprio critério.

Começar por esses atores permite contornar a velha polêmica relacionada ao percentual máximo de biodiesel que os motores suportam – até hoje, a posição oficial dos fabricantes de autopeças é que não dá para ir além do B7. “Como temos problemas de garantia dos motores, vamos fazer um passo de cada vez e começar com um mercado mais estável onde os consumidores são mais conscientes. Por isso o foco em frotas cativas”, explica.

A oportunidade criada por esse novo mercado autorizativo pode ter um impacto relevante, especialmente em estados que sejam, simultaneamente, grandes produtores de biodiesel e estejam mais afastados do parque de refino que se concentra no litoral do país. Neles, os custos logísticos ajudam o biodiesel a manter uma relação de competitividade mais favorável em relação diesel fóssil. “Há muitos estados hoje que tem um potencial bastante interessante para usar de forma não compulsória”, complementa.

Especialmente quando se leva em conta que o modelo tributário do diesel concentra a cobrança dos impostos na saída das refinarias o que leva o diesel fóssil a suportar essa carga. “O imposto está todo dentro do diesel e essa diferença cria um estimulo extra”, prossegue.

Esse é um ponto que tem causado controvérsia entre os distribuidores de combustíveis que temem que o uso autorizativo crie turbulências no mercado. Gomide tranquiliza informando que essa é uma questão que vem sendo olhada com cuidado pelo MME. “Tem coisas que são pertinentes. Há um risco de fraude e de descaminho dos produtos que precisa ser devidamente analisado”, concorda.

Mesmo assim, ele diz que mantem o otimismo e reforça que o setor está “no bom caminho”. “É um mercado que cresceu muito e que não está sofrendo todo o impacto que a retração vem causando no restante da economia este ano. As perspectivas são boas”, completa.

Conferência

Ricardo Gomide participará do 1º dia da Conferência BiodieselBR 2015, o evento acontecerá entre 26 e 27 deste mês no Hotel Tivoli Mofarrej, região central da cidade de São Paulo.

A programação completa do evento pode ser acessada clicando aqui.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com