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DuPont e JBS fazem aliança para produzir metilato de sódio no país


Valor Econômico - 19 jan 2010 - 08:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:10

A multinacional americana DuPont e a gigante brasileira das carnes JBS firmaram uma parceria para produzir metilato de sódio no Brasil. O produto, que acelera a produção de biodiesel, será industrializado na fábrica da JBS em Pirapozinho (SP).

A decisão de produzir metilato de sódio no Brasil reflete o potencial do mercado de biodiesel no país, que desde o início deste ano está operando o B5 - mistura de 5% do biodiesel no diesel. O consumo nacional desse biocombustível está estimado em 2,4 bilhões de litros para este ano, o que significa uma demanda entre 40 mil a 60 mil toneladas de metilato de sódio. No mercado internacional, o consumo de biodiesel chega a 11 bilhões de litros e gera uma demanda de 220 mil toneladas de metilato de sódio.

A DuPont é uma das maiores produtoras de metilato de sódio do mundo e líder nos Estados Unidos. A JBS tornou-se uma produtora respeitável de biodiesel no país, após a incorporação da Bertin. Juntas, as duas empresas uniram o útil ao agradável. Em outras palavras, as duas empresas vão aproveitar as suas sinergias para negociarem o catalisador no mercado interno. Atualmente, a DuPont importa o metilato de sódio dos EUA.

"Seremos os primeiros produtores efetivos de metilato de sódio em larga escala no país", afirmou ao Valor Vinícius Soares, diretor da divisão de soluções químicas da DuPont para a América Latina. A unidade terá capacidade para produzir 60 mil toneladas/ano. A Basf anunciou, no mês passado, que colocará em operação sua primeira fábrica no país a partir do segundo semestre de 2011, também para 60 mil toneladas anuais. "A DuPont está acompanhando o mercado de biocombustíveis há pelo menos 10 anos. Apostamos no crescimento desse segmento. É um caminho sem volta", disse Soares.

A associação com um grupo da importância do JBS foi a maneira mais rápida para se avançar nesse mercado, segundo o executivo. A localização das fábricas da JBS também foi decisiva para firmar a parceria, disse Soares.

As negociações entre DuPont e a Bertin começaram antes mesmo do processo de incorporação do frigorífico pela JBS. Segundo Rogério Barros, diretor-executivo da divisão de biodiesel e óleo química da companhia, o grupo produz biodiesel em sua unidade de Lins (SP). Boa parte da matéria-prima para a produção de biodiesel da JBS vem do sebo do boi. Em 2009, o grupo negociou cerca de 90 milhões de litros de biodiesel por meio dos leilões realizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Segundo Barros, a produção de biodiesel da JBS tem como foco o mercado interno. O grupo ainda não tem planos de produzir o biocombustível nos Estados Unidos, onde o frigorífico também tem fábricas instaladas.

A mistura de biodiesel no diesel em 5% estava prevista somente para 2013, mas o governo decidiu antecipar a medida, como forma de estimular a produção do biocombustível no país.

Muitas empresas, como as de soja e de sebo de boi, com maior competitividade em relação a outras matérias-primas, como dendê e pinhão-manso, aceleraram seus investimentos para fazer frente à nova demanda no mercado interno. De acordo com Soares, o metilato de sódio torna o custo de produção do biodiesel mais competitivo.

Mônica Scaramuzzo

Tags: Basf Metilato