PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Negócio

Petrobras corta US$ 11 bi em investimentos até o final de 2016


Folha de S.Paulo - 06 out 2015 - 10:45
PetrobrasCorteInvestimento 061015
A Petrobras decidiu cortar US$ 11 bilhões em sua projeção de investimentos até o final de 2016. Segundo a empresa, o ajuste em seu plano de negócios responde a mudanças no cenário macroeconômico, com a queda do preço do petróleo e a disparada do dólar.

A companhia informou que os cortes têm como meta "preservar seus objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas".

A maior parte dos cortes se dará no ano que vem.

Além do corte nos investimentos, a estatal anunciou redução de US$ 7 bilhões nas previsões de gastos gerenciáveis, que excluem a compra de insumos, no mesmo período. As metas de produção de petróleo e de desinvestimento foram mantidas.

"O anúncio dos cortes é positivo, porque tira pressão do caixa no quarto trimestre e, mais ainda, em 2016", comentou o analista Flávio Conde, do site de investimentos Whatscall. "Mas tenho dúvidas se as metas de desinvestimento são factíveis, pois dependem do apetite do mercado", completou.

A companhia manteve a projeção de arrecadar US$ 15,1 bilhão com a venda de ativos até o fim de 2016, sendo US$ 0,7 bilhão este ano e os US$ 14,4 bilhões restantes no ano que vem.

Neste momento, o processo de desinvestimento mais avançado é a venda de 49% da Gaspetro, empresa que tem participação em distribuidoras de gás canalizado.

A estatal já confirmou que está em negociações finais com a japonesa Mitsui.

Segundo o comunicado divulgado nesta segunda, as metas de produção de petróleo se mantêm em 2,125 milhões de barris por dia em 2015 e 2,185 milhões de barris por dia em 2016.

Segundo comunicado distribuído nesta segunda (5), os investimentos cairão US$ 3 bilhões em 2015, para US$ 25 bilhões. Em 2016, o corte será de US$ 8 bilhões, para US$ 19 bilhões.

A nova projeção para 2015 é superior à informada por fontes da companhia na última semana. Os novos valores foram apresentados ao conselho de administração em reunião realizada na quarta-feira (30).

A direção da empresa, porém, não precisa de aprovação do conselho para cortar investimentos –o órgão colegiado aprova apenas o limite de gastos.

Somando as reduções em investimentos e gastos gerenciáveis, a empresa prevê, agora, dispêndios de US$ 94 bilhões até o fim de 2016, uma queda de 16% com relação à estimativa feita no início do ano.

As projeções de gastos gerenciáveis foram reduzidas em US$ 1 bilhão este ano, para US$ 29 bilhões, e em US$ 6 bilhões em 2016, para US$ 21 bilhões.

Caixa

Com a queda do preço do petróleo e a alta do dólar, a companhia vem buscando alternativas para reduzir a queima de caixa e evitar a explosão de sua dívida.

Na semana passada, a empresa anunciou reajuste nos preços de 6% no preço da gasolina e de 4% no preço do diesel, além de uma troca de dívida em dólares, no valor de R$ 4 bilhões, para empréstimo em moeda local.

Atualmente, o petróleo ronda os US$ 45 por barril, e o dólar, os R$ 4.

Com 73% de seus empréstimos atrelados ao dólar, a já elevada dívida da estatal vem sofrendo os efeitos da desvalorização cambial dos últimos meses.