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As dimensões da PD & I em agro energia


BiodieselBR - 01 fev 2006 - 23:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O programa de PD& I do Plano Nacional de Agroenergia deve contemplar diferentes dimensões, para atender ás políticas públicas setoriais, as expectativas da sociedade e as necessidades dos clientes.

Sob o aspecto temporal, o programa deve contemplar metas de curto, médio e longo prazo. No tocante à dimensão geográfica deve-se atentar para tecnologia adequada aos diferentes ecossistemas e ambientes. A interface ambiental das tecnologias a serem desenvolvidas devem atentar para os quesitos de proteção do ambiente e redução de danos. Do ponto de vista social, o programa de PD & I deve levar em consideração a necessidade de ampliar as oportunidades de emprego e renda, bem como de distribuição eqüitativa, atentando para a sustentabilidade dos sistemas, a qualidade de vida, mitigando a penosidade do trabalho e conferindo autonomia para trabalhadores rurais ou suas organizações. A dimensão disciplinar deve atentar para o desenvolvimento de tecnologia agronômica que permita obter matéria prima adequada, o desenvolvimento de processos sustentáveis e em conformidade com as normas e regulamentos, bem como atentar, integradamente, para a cadeia produtiva, em especial para co-produtos, sub-produtos, dejetos e resíduos da produção agrícola ou agroindustrial.

Como moldura do desenvolvimento tecnológico, a programação de PD&I deve levar em conta as oportunidades do mercado de carbono, como parte integrante dos sistemas de produção. Igualmente, o processo deve ser permeado por estudos e desenvolvimento de cenários de fundo social, econômico e ambiental, que modulem as demandas tecnológicas. Em particular, o Brasil deve preparar-se para as negociações pós-Quioto, que resultará no novo esforço global para mitigação do aquecimento global. Seguramente, o Brasil não disporá da mesma condescendência dos demais países – como ocorreu no atual Protocolo de Quioto – em especial pela manutenção das emissões de CO2 provenientes de queimadas na Amazônia e Cerrados. Para dispor de melhores condições na mesa de negociações, o Brasil deve apresentar-se com um mega-programa de energia limpa, de impacto mundial, que contrabalance o efeito negativo das queimadas e permita que o país imponha melhores termos de negociação.

Como derivada, ou corolário, do esforço em investimento em agroenergia, cabem ações pontuais no segmento dentro da porteira, do agronegócio. Nesse aspecto, duas considerações são importantes:

a. O produtor rural e a agroindústria associada, isoladamente ou em forma associativa, deve perseguir a meta de autonomia energética, lastreada em fontes renováveis, mormente agroenergia;

b. As redes de PD&I em agroenergia deverão envidar esforços para rever, no médio prazo, a demanda energética dos sistemas de produção, perseguindo duas metas, sendo uma a redução quantitativa do input energético e a outra a substituição das fontes de energia dos sistemas de produção e processamento.