PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
2005

José Walter Bautista Vidal - Palestra


2005 - Outubro - 31 jan 2006 - 23:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Palestra realizada em curitiba

Outubro de 2005
Esta palestra integrou Ciclo Itinerante de Palestras sobre Biocombustíveis, que abrigou 12 cidades do Paraná. A proposta desse ciclo foi originar “Núcleos de Biocombustível”, que são espaços de aglutinação dos segmentos da sociedade e têm como objetivos gerar a reflexão sobre o Programa de Bioenergia do Estado, criar e efetivar um plano local para a implementação do Biocombustível, além de conscientizar a população sobre os meios e formas para o desenvolvimento desta ação.

A seguir transcrição da palestra do físico e engenheiro Bautista Vidal:

Fim da Era do Petróleo

Vamos conversar hoje sobre umas questões importantes e graves, na realidade o mundo está em guerra, porque acabou uma era, a era do petróleo, a era dos combustíveis fósseis, essa guerra, inicialmente concentrada na região do oriente médio, e essa guerra já é muito longa e começou a quase 20 anos, começou quando o primeiro ministro do Irã, foi demitido, porque ele nacionalizou o petróleo, e não parou mais, agora essa guerra já está tomando conotações forra da região do oriente médio, como as torres de Manhattan, a tentativa de derrubada do Chávez da Venezuela, os atentados de Londres e Madri, a invasão do Iraque, a invasão do Afeganistão e essa guerra é muito diferente da guerra do Vietnã, a guerra do Vietnã é uma guerra localizada e ideológica, a guerra no oriente médio é mundial onde envolve as grandes potencias industriais, econômicas e energéticas e todas as indicações mostram que isso vai levar a um terceiro conflito mundial, um conflito apocalíptico, que envolve potencias nucleares, quer dizer, são coisas extremamente graves. Na realidade essa era do petróleo, tão cantada em verso é uma era fictícia, porque condicionou o mundo ao uso de formas energéticas que acabam e como a energia é o fator fundamental em qualquer transformação, em qualquer movimento, quer dizer, faltou energia o mundo entra em colapso. E necessariamente ocorre a guerra, e a guerra que estamos vivendo hoje, é fruto do petróleo acabando, e aí não tem jeito, os conflitos se agigantam.

Nesse contexto, nosso papel é componente crucial, porque a única maneira de evitar esse colapso é o continente tropical brasileiro, então nosso papel no desenvolvimento do mundo é absolutamente crucial e nós não temos consciência disso, não temos e nem estamos preparados para isso.

Na reunião do segundo fórum de energia, em julho do ano passado, foi decretado pelo mundo, que petróleo e energia nuclear são coisas do passado, e o mundo não pode continuar de nenhuma maneira dependente dessas formas energéticas.

Furacões

Não podemos ficar dependente dessas formas energéticas por muitas razões, inclusive aquelas claramente expostas em New Orleans, em função do furacão. São coisa que vem pela frente, muito graves, países que vão desaparecer, massas humanas vão se deslocar, no ano passado tivemos um deslocamento de 3 milhões de pessoas na região de Miami, esse é o sétimo tufão, e depois veio o rita, foi um atrás do outro, nunca houve um processo dessa natureza, inclusive anteriormente em um desses poderosos tufões, o epicentro dele estava a 40 Quilômetros de New Orleans, fez estrago em New Orleans, mas não tanto como esse último, então é um tufão incompetente, errou por 40 Km.

No fundo, ali é a vingança da natureza contra [George W.] Bush que se recusa a assinar o Protocolo de Kyoto. Uma coisa que é fundamental para preservar o equilíbrio termodinâmico da ecosfera, fundamental para preservar a vida, este bandido se recusa a assinar. A natureza é implacável. Não adianta o exército para enfrentar o furacão.

Colapso energético e colapso ambiental

É nesse contexto que nós vivemos, e somos a solução para esses dois colapsos. Pois estamos vivendo dois colapsos: o colapso energético, dos combustíveis fósseis, que é uma era suicida, vamos dizer assim. E o colapso ambiental do efeito estufa, que eleva a temperatura da terra, quer dizer provoca alterações. Para vocês terem uma idéia o efeito El Niño, também é fruto, dessa questão do efeito estufa, o efeito el niño envolve energia equivalente a produzida por 600 milhões de bombas nucleares, para vocês terem uma idéia da ordem de grandeza dos fenômenos envolvidos. Um tufão desse envolve energia de dezenas de bombas nucleares. São energias fabulosas. O homem não tem como se defender, ele não tem uma contra partida para esse tipo de coisa, quer dizer a única contra-partida, é nós usarmos o potencial dos trópicos que é regulável e aí também as coisas ocorrem em outras dimensões, a quantidade de energia que incide do sol sobre a bacia amazônica por dia é equivalente a energia de 6 milhões de bombas nucleares, todos os dias. Nós também temos um potencial, só que esse potencial é para usar para o bem, para a preservação da vida e manutenção do processo civilizatório. Aliás, o que está em jogo agora é a manutenção do processo civilizatório, que está sendo condenado pela própria natureza, a natureza não aceita, reage e bate duro. É nisso que nós temos que nos preparar, para retirar o mundo dessa enrascada brutal que o mundo hegemônico nos colocou.

Reator a fusão nuclear natural

A razão disso, é muito simples, a fonte primária de energia é o sol. O sol é um reator a fusão nuclear. Eu trabalhei em fusão nuclear, fiz minha pós graduação em energia nuclear, eu acredito que nunca nenhum país vai conseguir dominar o reator a fusão nuclear. O reator a fusão nuclear seria aquele que transforma a matéria em energia, pela relação de Einstein, Energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao quadrado, a luz numa velocidade de 300 mil quilômetros por segundo ao quadrado, uma grama de matéria, por exemplo o sol, uma grama de hidrogênio, produz energia equivalente de mil toneladas de petróleo. Veja o que está em jogo. Então que dominasse a fusão nuclear, domina o mundo, pois energia é poder, energia é crescimento econômico é prosperidade é tudo, quer dizer, quem dominar a fusão nuclear, domina o mundo, é forças armadas etc...

Acontece que nenhum país dominou a fusão nuclear até hoje e nunca vai dominar na minha perspectiva, não estou fazendo futurologia, mas realmente não acredito que isso vá acontecer, porque a fusão nuclear ocorre a centenas de milhões de graus, e nessa temperatura não existe substância líquida e  sólida, existe gás rarefeito, isto é, uma plasma, e é impossível trabalhar, porque você não tem como materializar a coisa, como segurar a coisa, como amarrar, como retirar energia. Como eu estava dizendo, trabalhei com isso e foi uma experiência interessante, fiquei sabendo por dentro essas coisas. Então quem dominar a fusão nuclear (nunca ninguém vai dominar), domina o mundo.

Agora, existe um país que já tem um reator a fusão nuclear, mas não é um reato feito pelo homem não, é um reator a fusão nuclear natural, que é o sol. E este país chama-se o continente tropical brasileiro e não tem outro continente tropical. E o Brasil que é o dono do sol.

Aquilo que levou a atenção da petrobrás no passado, aquela grande mobilização, “o petróleo é nosso”, agora temos que lançar “O sol é nosso”. Pois temos um reator a fusão nuclear gigantesco e eterno.

No núcleo do sol, ocorre a transformação de hidrogênio em hélio, e uma pequena parte em energia, e essa energia se espalha pelo espaço aberto, e ela sai do núcleo do sol num filete e a 150 milhões de quilômetros vai encontrar uma poeirinha insignificante, que é a nossa terra. Essa energia que vem nesse filete, e alcança o hemisfério da terra, por dia equivale a todas as reservas de petróleo descobertas em todos os tempos, incluindo as ainda não descobertas. Então essa civilização do petróleo é uma civilização de um dia. E nós não temos consciência disso. Temos que ter consciência do papel que os representamos no processo civilizatório da humanidade. Agora essa quantidade de energia não incide sobre a terra de maneira democrática, de maneira equânime, ela é concentrada nas regiões tropicais. Se você chega em Viena as 3 horas da tarde, tem que se acender as luzes da rua para você não colidir, porque falta luz, falta energia, e aqui temos essa abundância de luz fantástica.

Agora começa o mundo a perceber que realmente o processo civilizatório, depende de energia e só é possível nas regiões tropicais. É claro que o processo de dominação que se estabelece, os povos ricos em energia, dominando os pobres em energia, por falta de organização, postura política, e uma série de fatos que nós conhecemos muito bem  e vamos superar todos eles.

Participação Brasileira

Eu vim aqui trazer esse desafio brutal, a juventude tem uma responsabilidade enorme com o futuro da humanidade, e a juventude brasileira, nenhuma outra tem essa responsabilidade, então vamos discutir de que maneira podemos nos preparar para responder a isso.

Esse colapso, se não houver a participação definitiva do continente brasileiro, vai levar a um processo muito danoso.

Há um relatório do pentágano, falando sobre os efeitos do efeito estufa no planeta como um todo. E é uma coisa absolutamente pavorosa, realmente pavorosa. O mínimo que pode acontecer é a fusão da calota polar Antártida, que são montanhas gigantescas de gelo, que uma vez fundidas, elevem em 120 metros os níveis dos mares. Ou seja todos os países e cidades, Nova York, Londres, Paris, tudo isso vai para o fundo do mar. Que perspectiva dramática. Países inteiros vão ser inundados, como a Holanda, Paquistão, centenas de milhares de ilhas vão desaparecer, é um panorama realmente assustador. Novamente a única solução, para reduzir o efeito estufa, são as soluções energéticas renováveis e limpas das regiões tropicais. Porque das regiões tropicais? Porque só essas regiões tem o reator a fusão nuclear, que ninguém mais tem. Essa é a razão.

Água

Agora não basta só ter o reator a fusão nuclear. É necessário o segundo componente, que é a água, é preciso, muita água. E novamente o Brasil tem 245 da água do planeta terra. O segundo país é o Canadá com 14%. E lá no Canadá, maior parte não é água, é pedra, é gelo. No final, quer dizer, Deus é brasileiro. Nos deu os dois ingredientes básicos para o processo energético. O sol e a água. E a grande dificuldade que levou décadas para a humanidade entender, é que essa energia solar, ela é muito dispersa, é muito democrática, e a captação dela e o armazenamento é tecnologicamente muito difícil, veja essa bateriazinhas, quando você vê, já acabou a energia, é uma porcaria de energia armazenada. As tecnologias não avançaram o suficiente para armazenar grandes quantidades de energia e a natureza o faz. Imaginem a quantidade de energia armazenada na floresta amazônica.

Eu quando vejo um arbusto, uma árvore, quando vejo uma jaqueira, que quantidade de energia fabulosa.

Hidrogênio

Não existe hidrogênio na terra como tal. O hidrogênio na terra faz parte da água H2O, e é uma estrutura química muito rígida, para retirar esse hidrogênio, tem que usar energia elétrica, que é uma energia absolutamente nobre, muito superior do que o hidrogênio depois produz. É um balanço negativo.
Vou contar uma piada que é muito inteligente: “ A solução do problema energético do mudo é o hidrogênio, ele não polui, ele produz água”. Realmente, ele produz água. Então o sujeito diz, mas como se não tem hidrogênio na terra, onde você vai buscar? O primeiro responde, mas tem no sol. O segundo: Como você vai lá? E a resposta: Eu vou de noite.
Então tem propagandas dizendo que o hidrogênio é. Não é. A solução única, é natural, do reator a fusão nuclear, do sol, naquelas regiões do planeta, que são as regiões tropicais, onde ele é abundante. E nós somos o único continente do sol. Estamos condenados a ser a grande potência energética do planeta.

O grave disso é que nós não sabemos disso. Eu por exemplo me formei em engenharia, eu saí da escola de engenharia, fui aluno laureado, certo de que o Brasil não era viável porque não tinha carvão mineral. Que estupidez. Como eu era burro. Mas graças a Deus não temos carvão mineral e temos um reator a fusão nuclear, limpo, a 150 milhões de quilômetros de distância.

Então o que nós temos que fazer é nos prepara para resolver o problema da humanidade. Porque sem energia nada é possível. O primeiro princípio da termodinâmica é claro: nada se move ou se transforma no universo, sem energia. Sem energia, não é possível transformar uma semente em alimento, sem energia não é possível nada. Sem energia não a vida. E se você não ingere energia diariamente através do alimento, você morre.

Karl Marx

A síntese de tudo isso, é a definição de energia: a capacidade de produzir trabalho. Até Marx derrapou nisso. Marx dizia que a energia é decorrente do trabalho, MENTIRA! Ele não sabia física. Se fosse fazer um vestibular ia tomar pau. Porque é exatamente o inverso, o trabalho é fruto da energia. Inclusive a energia humana, o trabalho humano, quer dizer, você ingere alimento, essa energia vai para a célula, você gasta essa energia na célula, produzindo trabalho muscular. E o cerebral também. E as energia das máquinas e do trabalho das máquinas? É feito de energia. Então é o inverso. Energia é a capacidade de produzir trabalho. Todos os tipos de trabalhos, trabalho humano, trabalho das máquinas e trabalho da natureza. Quem não entende de energia não pode ser nem varredor de rua. Teria que voltar a estudar.

Então você vê senadores, deputados, governadores, dizendo barbaridades atrás de barbaridades, que ninguém precisa de energia, não é possível dizer algo assim. A sociedade precisa se organizar e conhecer essas coisas porque nós somos a grande potência energética do planeta terra. Não há a menor dúvida.

Um detalhe. Estive na reunião do fórum mundial em Roma, e souberam que eu estava presente, então um professor falou sobre energia na América Latina, resolveu fazer uma homenagem para mim, ele projetou na parede uma frase de um dos meus livros: “O Brasil é a Arábia Saudita do futuro da humanidade”. Foi uma ouvação e tal, levantei agradeci, em seguida o professor parou e disse, forever. Para sempre. Foi uma ouvação enlouquecedora, porque o mundo todo sabe que vai morrer e que o Brasil é a única solução para que a humanidade sobreviva e continue o processo civilizatório.

Enquanto o petróleo está acabando, o mundo está em guerra porque o petróleo está acabando. O sol vai morrer um dia também, o aumento de entropia natural do sol, levará o sol a morte, o sol vai se acabar, como todos as estrelas. Só que isso vai acontecer dentro de onze bilhões de anos. Temos um tempinho ainda... Veja que diferença.

O petróleo leva quatrocentos milhões de anos para se formar e a planta capta energia solar a partir do CO2 da água, é uma reação química endotérmica, que forma os hidratos de carbono, daí que vem a vida, é a biomassa. Aquela dificuldade enorme que o homem tem de captar energia solar, com tecnologia, não se consegue captar direito, não se armazena, aí a planta faz as duas coisas genialmente de grátis, capta e armazena. E olha pra gente e deve pensar, não sabem das coisas da natureza.

Nós estamos vivendo numa civilização, que desconhece a natureza e nega a ciência. Assim não dá. Tanto no capitalismo, como no marxismo. Tem que sair dessa. Marx confundiu as coisas. Quando a gente discute com os marxistas... Com o Gilberto Vasconcelos, estamos escrevendo um livro sobre isso, ajudando a rever os erros de Marx. Como uma homenagem a Marx. Se Marx estivesse vivo ele já teria mudado isso. Marx não era um profeta, não era um físico, ele se louvava na época de uma termodinâmica que não existia ainda, então vamos tolerar os erros de Marx. Ele era um gênio, mas não era um profeta. Os marxistas hoje não permitem falar mal de Marx, como se fosse um dogma, todas as bobagens que Marx disse, passam a ser verdades absolutas. Assim não. Vamos homenagear Marx, corrigindo os erros que ele cometeu. Acho que a postura correta é essa. Nessas circunstâncias, a responsabilidade do Brasil por ser o único continente dos trópicos é muito grande, daí surgiu essa idéia de levantar a opinião pública a partir da juventude do Paraná. Porque já que o Brasil vai ter que desempenhar esse papel... o mundo todo está louco para que o Brasil assuma a responsabilidade. Veja o japão, os japoneses dependem do petróleo e os norte-americanos estão tomando as reservas de petróleo que sobram do mundo. Tomara do Iraque e vão tomar do Irã também. Vocês acham que o exército americano vai dar colher de chá para o japonês? Claro que não vai dar. E o japonês sabe disso. O Japão está louco para que o Brasil produza energia renovável e limpa e grande quantidade e eles possam sobreviver. A mesma coisa a China, Índia. Veja que papel fundamental que bloco de poder pode se formar com o Brasil como país central do sobrevivência desses países todos. Depende dessa política brasileira se unir a essas nações que dependem crucialmente em sua sobrevivência, e nós virarmos o bloco do poder, aí nós botamos para correr esses banqueiros safados, ladrões, que estão levando o mundo.

Memória do saqueiro

Aliás não percam o filme de [Fernando] Solanas, um filme argentino, que se chama memória do saqueiro [Memoria del saqueo Argentina, 2004]. É um filme sobre o período de Menem na Argentina, o genocídio do neoliberalismo, que brutalidade, a mesma coisa que estão fazendo aqui no Brasil, só que na Argentina tem um filme (está na hora de fazerem a mesma coisa no caso do Brasil). Mostra a barbaridade que foi o processo de destituição da Argentina, um país que foi um dos maiores produtores de alimento, tem auto-suficiência energética, um país que foi destroçado, milhares e milhares de crianças se alimentando do lixo das grandes cidades, um país que tinha alimento para alimentar o mundo, veja que processo brutal. Precisamos conhecer esses lados da medalha. E nos prepararmos para sermos a grande potência energética líquida do planeta terra para sempre!

A Argentina foi invadida, saqueada e a elite dirigente se prestou a isso, canalha, traidora, como é a brasileira, a elite brasileira é canalha, traidora. Inclusive o Lula. O Lula é por medo, não é por traição. Tem medo. Tem medo do Fernando Henrique. Um país rico desse vivendo a situação que estamos vivendo, mas vamos deixar o Lula de lado, porque até gosto do Lula, me disporia a ajudá-lo, mas não para levar o País a ruína. Ajudar a levantar o país.

Mente Colonial

A idéia de conversar com vocês aqui é que se introduza na cultura brasileira, um conhecimento da nossa realidade, o que nós somos, qual é o nosso papel no mundo. Acho que todo mundo tem que se perguntar isso, qual é o meu papel no mundo? E as nações muito mais, e nós não estamos fazendo essa pergunta, temos que fazer essa pergunta. Aliás,  [José] Ortega y Gasset, filósofo espanhol, definiu magistralmente o que é mente colonizada, que é aquela gente que ignora o espaço do país a que pertence e ignora os problemas do seu tempo.

Nós ignoramos o espaço, nós não sabemos que somos a grande potência energética do planeta, e os comportamos como se fossemos um país dependente, servil, assim não dá. Isso é uma questão cultural. Porque as universidades não estão jogando isso na cabeça dos jovens, para pelo menos debaterem, porque são um bando de covardes. E o pior, que eu por exemplo, digo isso por que sou professor, eu não me excluo não, também sou culpado, devia ter feito muito mais do que fiz.

A minha geração se entregou, e vocês vão pagar um preço descomunal. Quais são as alternativas que vocês têm no futuro de um Brasil dependente, servil, ignorando a sua verdadeira realidade? O de ser escravos ou canalhas. E os postos para o trabalho são poucos, veja que perspectiva terrível. Tem que sair dessa. Desativar esse processo. A juventude precisa se levantar, raciocinar, exigir de seus pais, de seus parentes. Esse acovardamento geral é um negócio doente, porque as pessoas não pensam, as pessoas não discutem, porque elas não assumem a realidade. Porque as universidades não fazem isso? É claro que grande partes dos professores das universidades, como eu, fomos fazer doutorado lá fora, e tivemos nossas cabeças feitas pelo processo colonial. A minha não.

A coisa mais terrível é a mente colonial, a mente colonial não assume a sua personalidade, não assume o que nós somos, nem identifica os problemas do nosso tempo. É o que eu estou tentando fazer aqui, dizendo que o Brasil é a maior potência energética do planeta, o que não precisa dizer mais nada. Energia que movimenta o mundo, energia é fonte de poder, de todo o processo  civilizatório, energia é a fonte do trabalho. É quase que um ente divino. Até Aton IV que viveu quatorze séculos antes de cristo, foi quem criou a primeira religião monoteísta, e o Deus era o sol. Construiu a cidade do sol, tinha uma mulher belíssima que era Nefertiti, fez um poema de hino ao sol, que é um tratado de termodinâmica, escrito quatorze séculos antes de cristo. A termodinâmica é uma ciência que se desenvolveu no final do século XIV.

O que nós temos que fazer é deixar de ser mentes colonizadas, e a juventude, s crianças já nascem colonizadas, não é possível. Nosso destino está marcado pela indignidade, não é ne pela estupidez, é pela indignidade, que é uma coisa muito mais grave do que a estupidez.

A minha geração, estou me referindo a minha geração, não a de vocês, vocês tem que reverter essa situação, tem que reverter esse processo, através do conhecimento da realidade, assumir o processo de reversão, esse processo é indigno de qualquer ser humano que tenha alma e que tenha propósitos grandiosos. Então meus amigos, nós temos tudo para ser a nação mais rica, mais esplendorosa, mais solidária, mais humana, mais bela que o homem jamais construiu nesse nosso planeta.

BiodieselBR  

José Walter Bautista Vidal