PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
retrospectiva

Retrospectiva 2007: Brasil Ecodiesel


BiodieselBR.com - 13 jan 2008 - 16:26 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Foram quatro usinas inauguradas em 2007 – Crateús (CE), em janeiro, Iraquara (BA), em fevereiro, Porto Nacional (TO), em maio, e Rosário do Sul (RS), em junho. As inaugurações em série mais que dobraram a capacidade de produção da  Brasil Ecodiesel, que se consolidou como a empresa líder do setor de biodiesel no país.

O primeiro lucro líquido foi anunciado somente em novembro, em áudio-conferência dada pelo diretor de relações com investidores da empresa, Ricardo Vianna. O saldo positivo correspondeu ao terceiro trimestre de 2007, período em que a empresa registrou produção de 53,3 milhões de litros – crescimento de 58,3% em relação ao período anterior – e lucro líquido de R$ 1,1 milhão.

No primeiro trimestre do ano, a empresa havia registrado prejuízo de R$ 500 mil e, no segundo, de R$ 13,9 milhões. O bom resultado deve-se não só à entrada em operação das três novas usinas, totalizando seis plantas em funcionamento, como também ao recebimento de multas pagas pela Petrobras, que somaram R$ 16,16 milhões.

O motivo das multas foi a não-retirada, pela Petrobras, do volume de biodiesel vendido pela Brasil Ecodiesel nos leilões. A estatal aceitou renegociar contratos e um acordo prevendo novo cronograma de entrega foi fechado em setembro.

Ao anunciar o primeiro lucro da empresa, Vianna afirmou que em 2007, a empresa concluiu o programa de expansão das unidades de esterificação e esmagadoras, e confirmou outras ampliações e construção de usinas em 2008.  Uma das plantas previstas é de Dourados (MS), um projeto cujo atraso irritou o governo do Estado do Mato Grosso do Sul e a Prefeitura do município em 2007.

O prazo contratual de seis meses dado pela Prefeitura para começar as obras venceu em junho e foi estendido em 90 dias. Em setembro, quando terminou a prorrogação, o governador André Pucinelli anunciou que a Secretaria de Produção daria um ultimato às empresas que receberam incentivos fiscais e não tiram os projetos do papel.

Nova ameaça foi feita em novembro, desta vez pelo prefeito de Dourados, Laerte Tetila. O prefeito advertiu que a Brasil Ecodiesel corria o risco de perder a área de nove hectares e outros incentivos, caso não começasse a tirar do papel a implantação da sua unidade no distrito de Vila Vargas. O ano terminou sem o início das obras.

Apesar do atraso em Dourados, a empresa seguiu anunciando novos projetos em 2007. Em março, numa visita ao governador do Acre, o presidente da empresa, Nelson José Cortês Silveira, demonstrou interesse em instalar uma usina no Estado.

Em agosto, mês em que concluiu as entregas do biodiesel contratado nos primeiro e segundo leilões promovidos pela ANP, a companhia assinou com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) um convênio para a instalação, em Wenceslau Braz, de uma indústria de biodiesel.

Além do problema em Dourados, a Brasil Ecodiesel teve dissabores no Ceará. Em abril, a empresa foi acusada de poluir um açude com óleo vegetal e se comprometeu a fazer a limpeza do local. Em Quixadá, a companhia teria contaminado o rio Poti, e foi multada em R$ 300 mil, em junho, pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

No caso de Quixadá, a Brasil Ecodiesel negou qualquer responsabilidade, disse que iria recorrer da multa, mas se comprometeu a retirar a espuma formada sobre a água. Por causa do desentendimento, correram boatos de que a usina de Quixadá mudaria de endereço, notícia não confirmada pela empresa.

Apesar das querelas, o saldo do ano foi positivo para a empresa. Em setembro, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) informou que as ações da Brasil Ecodiesel foram incluídas no IBrX, o Índice Brasil, que é composto pelas 100 ações mais líquidas da Bovespa, de acordo com seu índice de negociabilidade.

E a Brasil Ecodiesel ainda encerrou 2007 como a empresa que negociou o maior volume de biodiesel nos quatro último leilões do ano, mesmo que não tenha tido condições de entregar até 31 de dezembro  todo o volume vendido no terceiro, quarto e quinto leilões.(RM)